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JOVEM MORRE ABANDONADO POR ‘COIOTE’ NO MÉXICO

Uma investigação da Polícia Federal apontou que um brasileiro de 21 anos morto no ano passado ao passar mal enquanto tentava cruzar de forma irregular a fronteira do México com os Estados Unidos foi abandonado por um “coiote” que seguiu viagem com outros migrantes. O corpo foi encontrado no dia 19 de abril, seis dias após a tentativa malsucedida.
A família de Ayron Henrickson Fernandes Gonçalves, porém, só descobriu o desfecho da história cinco meses após a morte, informada pelo pai de um dos jovens que participaram da travessia junto com ele. Uma mexicana entrou em contato para dizer que o corpo estava numa unidade do serviço médico forense do país.
Os dois entraram em contato com familiares de Gonçalves em setembro do ano passado, quando viram a campanha nas redes sociais à procura do jovem de Governador Valadares (MG). Os pais dele haviam contratado uma advogada para ajudar nas buscas.
Gonçalves não foi o único brasileiro a perder a vida dessa forma. Desde 2020 ao menos oito brasileiros morreram ao tentar fazer a travessia —um dos casos mais conhecidos foi o de Lenilda dos Santos, ocorrido há quase um ano.
Segundo a investigação da PF, o jovem pegou um avião em 10 de abril de 2021 no Rio de Janeiro rumo ao México. Ele seguiu para Mexicali, capital do estado de Baja Califórnia, na fronteira com os EUA. A travessia foi iniciada no dia 13, pelo esquema conhecido como cai-cai. Nessa modalidade, o migrante, geralmente acompanhado de um parente em primeiro grau menor de idade, se entrega às autoridades americanas e é autorizado a responder ao processo em liberdade.
Há também quem se entregue sozinho aos agentes para fazer uma solicitação formal de asilo. Nesse caso, é comum que os responsáveis por promover a migração irregular ensinem aos “clientes” táticas para convencer as autoridades. Entrar de forma irregular no país é considerado um crime pelas leis americanas.