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MP denuncia presos do PCC por ameaças a promotor e delegados

Polícia encontrou manuscritos com nomes dos alvos de supostos atentados e até endereço de um deles

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Pavilhão 1 da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde líderes do PCC estão presos
Pavilhão 1 da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde líderes do PCC estão presos -

O Ministério Público do Estado de São Paulo denunciou à Justiça os presos Carlos Alberto Damásio, 34, o Marlboro, e Roberto Cardoso de Aguiar, 46, o Viola, sob a acusação de envolvimento em um plano do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matar autoridades federais e estaduais. Segundo investigações da Polícia Civil, em novembro de 2021 ambos estavam recolhidos na cela 44 do Pavilhão 1 da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) onde foram encontrados manuscritos com os nomes dos alvos de supostos atentados e até levantamento de endereço de um deles. A Justiça aceitou a denúncia no fim de novembro e os dois são réus. Em um dos bilhetes são mencionados os nomes de oito delegados da Polícia Federal, um agente da PF, um delegado da Polícia Civil de Araçatuba (SP), além do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente (SP). Entre os delegados da Polícia Federal ameaçados, um é adido no México, outro atua na Interpol (Polícia Internacional), e os demais em Guaíra (PR), Campinas (SP), Volta Redonda (RJ), Guarulhos (SP), no Rio de Janeiro e no Maranhão. O agente da PF é de Minas Gerais. Marlboro e Viola foram denunciados pelos crimes de associação à organização criminosa. A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos acusados, mas publicará a versão dos defensores de ambos assim que houver manifestação. Os manuscritos apreendidos citavam chips, imagens de drones, mapeamentos, localizações, endereços e relações dos nomes de autoridades públicas. De acordo com a denúncia, Viola confessou ter escrito algumas mensagens. O promotor Lincoln Gakiya é o alvo principal das ameaças. E o motivo, segundo as autoridades, foi ter pedido a transferência de líderes do PCC para presídios federais em fevereiro de 2019, após a descoberta de um plano de fuga dos chefes da facção recolhidos na Penitenciária 2 de Venceslau. Desde então, Gakiya passou a andar dia e noite com escolta de policiais militares fortemente armados. Na madrugada de 26 de outubro deste ano, PMs responsáveis pela segurança do promotor flagraram o sobrevoo lento de um drone nas imediações da residência dele. Os policiais militares relataram que o drone aparentava ser de grande porte, maior dos que os convencionais, e teria voado muito lentamente sobre os PMs da escolta e a casa do promotor de Justiça. Os agentes filmaram a ação. A reportagem teve acesso aos vídeos. No último dia 30, o Gaeco de Presidente Prudente enviou ofício ao secretário estadual da Administração Penitenciária, Nivaldo César Restivo, pedindo a transferência e inclusão de Marlboro em penitenciária federal em caráter cautelar e com urgência. Ainda segundo o Gaeco, Marlboro é um criminoso de altíssima periculosidade, integrante do PCC, já cumpriu castigo em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e tem outros antecedentes também por ameaças feitas às autoridades públicas. No pedido de remoção de Marlboro para presídio federal, o Gaeco relata que o preso foi flagrado em 21 de janeiro de 2019, na Penitenciária de Junqueirópolis (SP), cobrando de comparsas levantamentos da rotina de vários agentes públicos, alvos de atentados a mando do PCC. O Gaeco cita ainda que em 20 de outubro deste ano foram apreendidos na cela de Marlboro, na Penitenciária 1 de Avaré (SP), outros manuscritos com ordens para matar delegados da Polícia Federal e da Polícia Civil e o promotor Lincoln Gakiya. Por conta desse último episódio, Marlboro foi transferido para a Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, unidade de castigo destinada aos acusados de cometer falta grave no sistema prisional. A Justiça de São Paulo deve analisar nos próximos dias se ele será removido para presídio federal.

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