MORTES ENTRE YANOMAMI SUPERAM INÍCIO DA PANDEMIA
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Por Folhapress | Edição do dia 10/02/2023 - Matéria atualizada em 10/02/2023 às 04h00
Com mortes causadas por severos casos de desnutrição e malária, a taxa de mortalidade na Terra Indígena Yanomami ficou em 10,7 óbitos para cada mil habitantes em 2020, a maior nos últimos cinco anos, segundo um relatório do Ministério da Saúde divulgado pela pasta na terça-feira (7). O índice é mais de três pontos acima da taxa nacional (7,4 por cada mil habitantes) se comparado ao mesmo período - primeiro ano da pandemia. O relatório “Missão Yanomami” detalha a visita das equipes do Ministério da Saúde em Boa Vista e na Terra Indígena entre os dias 15 e 25 de janeiro. Entre os lugares em que as equipes estiveram estão o Casa de Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista, e polos bases Surucucu e Xitei, com forte presença de garimpos. Em 2020, a taxa de mortalidade do Brasil passou a ser afetada pela pandemia da Covid-19, em março daquele ano. No entanto, na Terra Yanomami foi o garimpo ilegal que ajudou a elevar os registros. A atividade garimpeira é a grande causadora da degradação e desequilíbrio ambiental da região. No ranking de mortalidade, que incluiu dados dos últimos cinco anos, 2020 ocupa o primeiro lugar com o maior número de mortes – 332. Nesse período, foram 211 crianças e adolescentes mortos, e 121 óbitos de adultos e idosos. Em relação ao ano de 2019, foram registrados 259 óbitos de indígenas Yanomami, o segundo maior registro. Seguido de 2021, com 249 mortes e 2018, com 236. No ano passado, a região confirmou 209 mortes. De acordo com o estudo, as principais causas de óbitos são por “agravos preveníveis” e o principal agravante é a desnutrição, problema antigo na região. O garimpo ilegal do ouro contamina os rios, matando peixe e animais de caça, o que impacta na disponibilidade de alimentos.