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Nº 5822
Nacional

Governo nega censura em pesquisas do IBGE

Brasília - O Ministério do Planejamento e o Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram nota  ontem negando a possibilidade de manipulação de dados com a portaria anunciada na última sexta-feira que prevê a antecipação do fornecimen

Por | Edição do dia 01/02/2005 - Matéria atualizada em 01/02/2005 às 00h00

Brasília - O Ministério do Planejamento e o Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram nota  ontem negando a possibilidade de manipulação de dados com a portaria anunciada na última sexta-feira que prevê a antecipação do fornecimento de informações de pesquisas estruturais ao governo. Segundo a nota, a portaria tem como objetivo “organizar o fluxo de informações”. De acordo com o texto, a prática é adotada por institutos de estatística de diversos países. Para o instituto, não existe possibilidade de manipulação de dados em razão da autonomia e da fidelidade aos resultados dos técnicos e da direção do instituto. Além disso, as pesquisas já estão tabuladas, formatadas e impressas quando repassadas ao ministério. A nota nega também qualquer tipo de censura ao IBGE e a seus servidores. O PFL acusou a mudança de censura ao instituto. A nota é assinada pelo ministro do Planejamento, Nelson Machado, e pelo presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes. Em dezembro, o instituto foi alvo de críticas depois que a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) mostrou que o excesso de peso atinge um número maior de brasileiros do que a fome. O presidente chegou a afirmar que as pessoas tinham vergonha de dizer que passavam fome, apesar da pesquisa não registrar a opinião dos entrevistados e sim as medidas de peso, altura e dados referentes à alimentação. 48 horas Pela nova regra, as pesquisas estruturais do IBGE devem ser encaminhadas ao governo federal com uma antecedência de 48 horas antes da divulgação oficial dos dados. Entram nessa categoria a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o Registro Civil e o Censo. De acordo com a assessoria do Ministério do Planejamento, o governo já recebia com antecedência os dados de estatísticas conjunturais – Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Produto Interno Bruto (PIB), pesquisas mensais da indústria, do comércio e de emprego – e agora a exigência passa a valer também para as estruturais. Desde 2003, a portaria 167, editada pelo ex-ministro do Planejamento Guido Mantega, determina que o governo receba as pesquisas conjunturais com 24 horas de antecedência –o prazo anterior era de apenas duas horas. O caso do IBGE é mais um envolvendo o governo com a delicada questão do controle da informação – algo que está na ordem do dia em vários setores da administração federal, principalmente em ministérios. O governo, no entanto, nega qualquer tipo de censura.

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