Xeque teria informa��o que brasileiro est� vivo

O xeque brasileiro Ali Mohammed Abdouni, representante da comunidade muçulmana brasileira, disse ontem que informações anônimas obtidas pelo governo da Jordânia sinalizam que o engenheiro brasileiro João José de Vasconcellos Jr., 49 anos, seqüestrado no Iraque no último dia 19, está vivo. “Não sabemos quem deu as informações que chegaram às autoridades jordanianas”, afirmou Abdouni, acrescentando que, apesar de a Jordânia não ter revelado a forma como teria conseguido tal informação, a mensagem foi transmitida para “tranqüilizar os brasileiros”. Na opinião de Abdouni, a forma como os agressores têm conduzido o caso “é um sinal positivo”. Até o momento, os seqüestradores de Vasconcellos Jr. não pediram nenhum tipo de resgate. “Sempre, nos seqüestros anteriores, os agressores anunciavam a morte dos reféns antes do assassinato. Não tivemos nenhuma informação desse tipo [uma possível ameaça de morte contra o brasileiro] e isso nos tranqüiliza um pouco. As pessoas que foram mortas [no seqüestro de Vasconcellos Jr., um britânico e um iraquiano que faziam a segurança do brasileiro] tiveram suas mortes comunicadas pelas autoridades”, disse. Ainda ontem, o xeque discutiu com a Cúpula dos Sábios (que reúne religiosos iraquianos) possibilidades de libertar Vasconcellos Jr. A reunião também envolveu os embaixadores brasileiros da Jordânia (Antônio Carlos Coelho da Rocha), Líbano (Marcos Camacho de Vincenzi) e Síria (Eduardo Monteiro) e o enviado especial do Brasil para resolver o seqüestro, o embaixador extraordinário para o Oriente Médio, Afonso Celso de Ouro-Preto. Sigilo Questionado sobre as informações de Abdouni, o Itamaraty disse que não comentaria as declarações do xeque porque trabalha em sigilo. Abdouni foi enviado pelas entidades islâmicas brasileiras ao Oriente Médio na tentativa de resolver o caso de Vasconcellos Jr. Na semana passada, líderes muçulmanos brasileiros também gravaram um apelo, em vídeo, que foi divulgado pela TV árabe Al Jazira [Qatar]. As TVs locais divulgaram também o apelo do jogador Ronaldo [Real Madrid], gravado a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negociações paralelas O governo brasileiro também busca informações sobre Vasconcellos Jr. em trabalho conjunto com a construtora Norberto Odebrecht, empresa para qual Vasconcellos Jr. trabalha. A Odebrecht tenta conseguir informações por meio de funcionários da empresa britânica Janusian Risk Management, que fazia a segurança do brasileiro no Iraque e que continua atuando no país. O caso também está sendo acompanhado pelo executivo Luiz Teive da Rocha, que atua na filial de Miami da Odebrecht e foi deslocado para Londres.