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Juiz que matou vigia fala em tiro acidental

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Fortaleza - “A arma pode ter disparado por acidente”. Foi o que disse ontem, em seu primeiro depoimento à Justiça, o juiz Pedro Percy Barbosa Araújo, de 57 anos, que matou, domingo à noite, com um tiro, o vigia José Renato Coelho Rodrigues, de 32 anos. Rodrigues trabalhava no Supermercado Lagoa, em Sobral (CE), e foi morto porque teria tentado impedir o juiz de entrar na loja, alegando que já estava fechada. O crime foi filmado pelo sistema de vigilância do estabelecimento. O laudo cadavérico realizado no corpo do vigia pelo Instituto Médico Legal (IML), em Fortaleza, foi entregue à Justiça. No documento, os legistas atestam que Renato foi atingido por um projétil de arma de fogo (calibre 38), que entrou ao lado da orelha direita e se alojou na cabeça, provocando sua morte por traumatismo crânio-cerebelar. De acordo com o legista Francisco Simão, não há a possibilidade de o tiro ter sido acidental. “Foi uma execução sumária clássica”, disse Simão, acrescentando ser esta uma opinião pessoal. Percy Barbosa chegou ao Tribunal de Justiça do Ceará acompanhado por seus advogados e por dois delegados de polícia. Ele foi ouvido por duas horas. A imprensa não teve acesso ao depoimento. Foi o procurador Maurício Carneiro quem informou que o acusado disse não ter tido a intenção de matar o vigia e que o tiro tinha sido “acidental”. A informação foi confirmada pelo advogado Paulo Quezado. Quezado disse ainda que seu cliente garantiu não estar embriagado na hora do crime e que, inclusive, começou a tomar quatro dias antes “um antibiótico muito forte” porque estava com infecção urinária. “No dia anterior, ele foi consultado por seu médico particular em Fortaleza”, comentou Quezado, sem saber informar, no entanto, o nome do remédio e nem o do médico. Um outro detalhe fornecido por Paulo Quezado é que seu cliente teria dito que foi provocado pelo vigia. Este teria dito que ele (Percy) “era juiz lá no Fórum e não lᔠ(no supermercado). De acordo com a defesa, Percy Barbosa foi ao supermercado fazer compras, acompanhado por duas “senhoras” (os nomes não foram revelados). “Uma delas estava com o marido doente”, disse Quezado. Essas duas mulheres serão, segundo ele, ouvidas na próxima terça-feira (dia 8), quando o relator do processo, o desembargador Edmilson Cruz, fará uma diligência em Sobral. Na ocasião, serão tomados os depoimentos de nove testemunhas. Dois homens já se apresentaram à polícia de Sobral. Um deles é o comerciante Carlos Iramar Pessoa, de 33 anos. Ele é o rapaz de camisa verde que aparece segurando um capacete no vídeo gravado pelo circuito interno de TV, bem próximo ao juiz. Numa entrevista veiculada pela TV, o comerciante disse que foi ao supermercado fazer compras para sua família. Momentos antes do crime, ele informou ter sido chamado por duas mulheres que estavam na porta do supermercado. Uma delas teria lhe pedido emprestado o celular para ligar para a polícia. Teria dito a ele que o amigo dela, o juiz, estava “muito exaltado” e por isso ela temia uma “tragédia”. O rapaz disse que, logo em seguida, se aproximou do juiz e chegou a pedir calma.

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