Nacional
Severino promete discutir lei do aborto

O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), prometeu discutir com a ministra Nilcéia Freire (Políticas para as Mulheres) a mudança na lei que proíbe o aborto e chegou a prometer para ela que vai colocar o projeto em votação na Câmara. Os dois se encontraram ontem na sessão solene do Congresso Nacional para comemorar o Dia da Mulher (8 de março) e para entregar o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, que destaca pessoas que lutam pelos direitos femininos. Segundo Nilcéia, o encontro com Severino deve ocorrer nas próximas semanas. A tentativa da ministra e de grupos que apóiam a descriminalização do aborto é sensibilizar Severino a debater o assunto e, quem sabe, aceitar a ampliação dos casos em que a prática é aceita pela lei. O aborto é permitido no Brasil nos casos de estupro e de risco à vida da mãe. O fato de concordar com o pedido de colocar na pauta o tema não significa que o presidente da Câmara vai apoiá-lo. Católico fervoroso, Severino já se posicionou, no passado, contra o aborto. A sessão solene do Congresso, realizada no plenário do Senado, teve a presença da primeira-dama, Marisa Letícia, da mulher do vice-presidente José Alencar, Marisa Gomes da Silva, da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie e das primeiras-damas do Senado, Maria Verônica Calheiros, e da Câmara, Catarina Amélia Cavalcanti. A primeira-dama da Bolívia, Elvira Salinas de Mesa, participou como convidada especial. As cinco agraciadas com o prêmio Bertha Lutz (nome que homenageia a filha de Aldofo Lutz, uma das pioneiras da luta pelo voto feminino) foram Zilda Arns, Clara Charf, Maria da Penha Maia Fernandes, Palmerinda Donato e Roseli da Silva. A missionária norte-americana Dorothy Stang, assassinada a tiros no último dia 12 em Anapu, no Pará, também foi lembrada durante a sessão solene. A senadora Ana Júlia (PT-PA) destacou que a freira, com sua suavidade e doçura, se tornou um símbolo de como a mulher pode mudar o mundo.