Nacional
Alckmin investir� R$ 53 milh�es na Febem

São Paulo O pacote de alterações da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), anunciado ontem pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tem custo estimado de R$ 53 milhões. Estão previstas, entre outras medidas, a construção de 41 unidades no interior do Estado e o pagamento de subsídios aos adolescentes. Desde o início do ano, ocorreram 20 rebeliões em unidades do sistema, sendo 11 no complexo do Tatuapé (zona leste de São Paulo). A crise, para Alckmin, tornou-se pública e evidencia a dificuldade que há nestas grandes unidades, em termos de segurança. Durante todo o ano passado, houve 28 rebeliões. Ontem, internos de quatro das cinco unidades do complexo Raposo Tavares (zona oeste de São Paulo) rebelaram-se durante cerca de quatro horas. A instituição informa que quatro funcionários foram mantidos reféns. Em obediência ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as novas unidades deverão comportar menos internos - até cerca de 40. No total, 1.640 vagas devem ser criadas. Ainda segundo a Febem, 700 internos com mais de 18 anos, de diversas unidades, serão transferidos para uma penitenciária em Tupi Paulista (663 km de São Paulo). Estas vagas serão ocupadas por 700 internos do Tatuapé. A intenção é que o complexo da zona leste composto por 18 unidades seja parcialmente desativado em até seis meses. O governador afirmou que pretende transformar a área em parque. É uma dívida com os moradores da região, afirmou. No último dia 14, um grupo de vizinhos do complexo registrou um boletim de ocorrência na delegacia da região para manutenção do direito de ir e vir. Para ele, a desativação completa só não será realizada por não ser possível prever a evolução do número de internos atualmente, há cerca de 6.300. Renda Famílias de cerca de seis mil dos internos serão apoiadas por um programa chamado Renda Cidadã que pretende pagar R$ 60 por mês. O benefício está vinculado ao bom comportamento do adolescente e deve ser custeado somente pelo governo estadual. Outro programa, o Jovem Cidadão, pretende empregar ex-internos da Febem e pagar cerca de R$ 200 mensais por meio de um convênio firmado entre o Estado e a iniciativa privada. Jovens que estão em liberdade assistida também devem ser beneficiados pelo Ação Jovem, que promete pagar R$ 60 mensais àqueles que voltarem a estudar.