Rebeli�o em SP termina com 7 detentos mortos
Guarulhos (SP) Em vez de escrever mensagens ou o nome da facção criminosa que lidera a rebelião no pátio do presídio, detentos expuseram ontem, em São Paulo, um ao lado do outro, os corpos de sete presos mortos a estiletadas no motim mais violento do an
Por | Edição do dia 03/05/2002 - Matéria atualizada em 03/05/2002 às 00h00
Guarulhos (SP) Em vez de escrever mensagens ou o nome da facção criminosa que lidera a rebelião no pátio do presídio, detentos expuseram ontem, em São Paulo, um ao lado do outro, os corpos de sete presos mortos a estiletadas no motim mais violento do ano no Estado. Os detentos ficaram ali no chão, no pavilhão 3 do recém-inaugurado CDP 1 de Guarulhos (Grande São Paulo), durante as três horas e 45 minutos de rebelião, sem que os amotinados permitissem nenhum tipo de socorro médico. A cena mostra mais uma batalha da guerra em andamento nas prisões paulistas. Os mortos seriam do Comando Democrático para a Liberdade (CDL), assassinados pelo Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade (CRBC), dissidência do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ao lado dos corpos, os rebelados escreveram com lençóis a frase Os vermes (sic) CDL, imitando as inscrições do PCC. Dentro do CDP, sete funcionários ficaram como reféns, enquanto a polícia e funcionários da Secretaria da Administração Penitenciária negociavam. Desde o início do ano, 23 detentos morreram em rebeliões nas prisões paulistas - quase a metade das 48 mortes do ano passado, que incluem os 20 presos mortos na megarrebelião de um dia liderada pelo PCC em 29 prisões. O CDL lidera entre as facções que mais perdeu soldados neste ano, com pelo menos 13 baixas. A revolta acabou com a promessa do governo de que haveria transferências. Os reféns foram liberados sem ferimentos.