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segunda-feira, 17/03/2025 | Ano | Nº 5924
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Deputado pego com 7 malas de dinheiro

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Silvio Navarro Andréa Michael Folhapress A Polícia Federal apreendeu ontem sete malas de dinheiro, no aeroporto de Brasília, que estavam em poder do deputado João Batista Ramos da Silva (PFL-SP), bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. A contabilidade do dinheiro, que não havia sido finalizada até as 20h30 de ontem, estava em R$ 4,96 milhões, mas a PF estimava que poderia chegar a R$ 10 milhões. o deputado declarou que a quantia transportada nas sete malas totalizava R$ 10.250.000,00. O deputado João Batista foi levado ontem à Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos sobre os milhares de reais em dinheiro vivo que transportava. Ele e outras seis pessoas - dois pilotos, dois pastores da Universal e suas mulheres - foram abordados, depois de a PF receber uma denúncia anônima, quando se preparavam para deixar o hangar da TAM em Brasília, rumo a Goiânia, por volta das 10h. Segundo os agentes que acompanharam o caso, todas as sete malas estavam lotadas de cédulas de diversos valores -variavam de R$ 5 a R$ 100. O volume de dinheiro era tão grande que foram requisitadas do Banco do Brasil cinco máquinas para contagem de cédulas, duas das quais tiveram problemas ao longo do dia. homens armados No final da tarde, a PF deteve onze homens armados - oito pistolas e dois revólveres - na “área externa das instalações da Superintendência”. Seriam policiais militares, à paisana, que trabalhariam como segurança da Rede Record, “braço de comunicação da igreja”. Disseram à PF que sua missão era “escoltar” o deputado João Batista Ramos da Silva e vigiar o dinheiro apreendido. Os documentos dos dois carros nos quais estavam os supostos seguranças estão em nome da Igreja Universal. A reportagem tentou contatar a Universal no início da noite de ontem para falar sobre as prisões, mas ninguém atendeu às chamadas. Sobre as malas, eles soltaram uma nota. Antes de chegar ao Congresso, em 2002, Ramos foi diretor-presidente da Rede Mulher de Televisão e da Rede Record. Economista e técnico em contabilidade, exerce seu primeiro mandato federal. ### Delegado encaminhou caso ao Supremo A PF determinou a apreensão do dinheiro e, na noite de ontem, informou que iria encaminhar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver um deputado federal. Para a PF, o tribunal deve investigar se houve os crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, crime contra a ordem tributária e contra o sistema financeiro. O foco da suspeita está principalmente no fato de que o único documento apresentado pelo deputado para justificar a origem e a legalidade do dinheiro é uma declaração da igreja de que as notas foram colhidas como doações dos fiéis. A Igreja Universal do Reino de Deus informou ontem, por meio de nota, que o dinheiro apreendido pela PF veio da “doação de fiéis” e seria usado no pagamento de impostos, de aluguéis, de empregados, de contas de água, luz, telefone e para quitar a compra de imóveis e móveis. Ainda segundo a Igreja Universal, a matriz da instituição localizada em Santo Amaro (SP) controla todos os pagamentos. Por essa razão, o dinheiro transportado no avião seria depositado em agências bancárias de São Paulo. O dinheiro foi doado no domingo por fiéis, conforme informa a nota, durante eventos, realizados em templos. ### PFL quer licenciamento de deputado Em reação para conter os danos à imagem do partido, o PFL convocou para hoje uma reunião extraordinária da Executiva do partido para analisar o afastamento ou até a desfiliação do deputado pefelista João Batista Ramos da Silva (SP). Após os esclarecimentos feitos pelo senador Marcelo Crivella (PL-RJ), em nome da Igreja Universal, sobre a origem e o destino do dinheiro, a principal preocupação do partido era se desvincular da crise do “mensalão”, associada ao carregamento de malas de dinheiro para pagamento de partidos aliados, segundo denúncia feita pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Para isso, os membros do partido querem pedir que o deputado se licencie do PFL durante as investigações. “Afaste do PFL este dinheiro. Não vamos aceitar nenhuma ilação com nossa atividade político-partidária. Essas malas e essa viagem não têm nada a ver com o partido”, disse o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN). O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), disse que a atitude do deputado João Batista é “injustificável”. Ele acionou a Corregedoria da Câmara para colher as explicações do deputado.

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