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Nº 5759
Nacional

Maioria da popula��o n�o ganha mais que dois m�nimos

Rio de Janeiro – Cerca de um quarto da população ocupada no Brasil ganha até um salário mínimo, segundo dados preliminares do Censo 2000, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o levantamento, 24,4% d

Por | Edição do dia 09/05/2002 - Matéria atualizada em 09/05/2002 às 00h00

Rio de Janeiro – Cerca de um quarto da população ocupada no Brasil ganha até um salário mínimo, segundo dados preliminares do Censo 2000, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o levantamento, 24,4% da população ocupada e com rendimento mensal de trabalho recebe valores iguais ou menores que o piso salarial oficial do País. Considerando até dois salários mínimos, esse percentual passa para 51,9%. Apenas 5,1% dos brasileiros têm rendimento entre 10 e 20 salários mínimos e 2,6% dos trabalhadores ganham mais que isso. As maiores concentrações de trabalhadores com até 1 salário mínimo estão nos segmentos de serviços domésticos (60%), agricultura e pecuária (51%) e pesca (50%). O nordeste tinha o maior percentual de pessoas ocupadas com rendimento na faixa de até um salário mínimo (46,2%) e o menor na de 20 salários mínimos (1,4%). A região sudeste ficou com a proporção mais reduzida na classe de até um salário mínimo (15,9%). Na faixa de mais de 20 salários, os percentuais mais altos foram os das regiões centro-oeste (3,4%) e sudeste (3,3%). O levantamento mostra também que 36,3% dos trabalhadores não têm carteira assinada. O percentual dos sem-carteira é maior no nordeste (48,4%). A população economicamente ativa ficou em 56,4%. Para a população masculina, esta taxa é de 69,4%, mais elevada que a feminina (44,1%). A falta de uma estrutura produtiva continua distanciando a população do norte e nordeste do Brasil do mercado de trabalho. De acordo com os resultados preliminares da Amostra do Censo 2000, o total de empregados nas duas regiões representava 58% da população ocupada, enquanto esse número chegava a 75% no sudeste. A participação daqueles que trabalham por conta própria, por sua vez, ficou em 29,1% no norte e 19,4% no sudeste. A informalidade do trabalho também ganha espaço nas áreas mais pobres do País. No levantamento feito pelo IBGE, o nordeste aparece como a região com maior índice de participação do emprego sem registro (48,4%), seguida pelo norte (45,5%). Já o sudeste se destaca como a região com o percentual mais baixo de trabalhadores sem carteira assinada (32%), sendo que a média do País é de 36,3%. Ensino fundamental Os números da educação no Censo 2000 podem servir à argumentação tanto dos otimistas quanto dos pessimistas em relação ao setor no Brasil. Os pessimistas podem ressaltar que nove em cada dez crianças de 0 a 3 anos não freqüentam creche (a taxa de escolarização nessa faixa etária é de 11,6%). Podem dizer também que cerca de um terço da população (31,4%) com mais de 10 anos de idade pode ser considerada analfabeta ou analfabeta funcional, já que não completou sequer o primeiro ciclo do ensino fundamental, que vai até a quarta série. Os dados mostram ainda que mais da metade (59,9%) da população brasileira com mais de dez anos não conseguiu concluir o ensino fundamental (antigo primeiro grau), pois tem menos de oito anos completos de estudo. Os otimistas, por outro lado, podem se basear na comparação entre os números do Censo de 2000 com o de 1991. A taxa de escolarização (percentagem de pessoas que freqüentam a escola) cresceu em todas as faixas etárias. Na faixa de 5 e 6 anos, pulou de 37,2% para 71,9%. Entre os que têm 7 a 14 anos, idade em que é obrigatória a matrícula, o País atingiu o percentual de 94,9% das crianças na escola. Em 1991, esse percentual era de 79,5%.

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