Cresce n�mero de pessoas migrando para o Nordeste
Rio O fenômeno da migração, especialmente de nordestinos em direção ao Sudeste, em busca de melhores oportunidades, continuou a existir ao longo da década de 90, mas uma nova corrente foi identificada pela Tabulação Avançada do Censo 2000: saindo do Sud
Por | Edição do dia 09/05/2002 - Matéria atualizada em 09/05/2002 às 00h00
Rio O fenômeno da migração, especialmente de nordestinos em direção ao Sudeste, em busca de melhores oportunidades, continuou a existir ao longo da década de 90, mas uma nova corrente foi identificada pela Tabulação Avançada do Censo 2000: saindo do Sudeste em direção ao Nordeste, indicando um possível retorno de migrantes para a terra natal. O fluxo do Sudeste para o Nordeste indica um possível retorno dos nordestinos, seja por infelicidade ou por sucesso. Os que estão voltando por fracasso em geral são mais jovens e não encontraram boas chances no Sudeste. Há também os que foram bem-sucedidos e estão voltando para a terra natal e são mais velhos, diz o responsável pela análise dos dados de migração do Censo, Fernando Albuquerque. A pesquisa registra um aumento de 334 mil para 458 mil no número de pessoas que deixaram a região sudeste e migraram para o nordeste. Para traçar um panorama da migração, os recenseadores perguntam onde as pessoas residiam cinco anos antes da data da pesquisa. Na Tabulação Avançada foram comparados dados do ano de 1995 (feitos pelo Censo 2000) e de 1986 (feitos pelo Censo de 1991). O número de nordestinos chegando ao sudeste, porém, continua alto. A comparação entre quantas pessoas nasceram e quantas moram em uma região é outro indicativo das áreas expulsoras e daquelas que atraem moradores. Enquanto 55,4 milhões de brasileiros nasceram no nordeste, a população residente na região é de 47,7 milhões. Já no sudeste, onde nasceram 66,8 milhões de pessoas, vivem 72,4 milhões. Crescimento evangélico A expansão de fronteiras em busca de fiéis levou os evangélicos para as regiões centro-oeste e norte que têm, hoje, as maiores proporções de evangélicos, respectivamente 19,1% e 18,3% de suas populações. É uma expansão marcada pela força das chamadas igrejas evangélicas pentecostais que valorizam os dons do Espírito Santo e têm cultos caracterizados por expressões de êxtase. Em 1991, os evangélicos pentecostais eram 8,1 milhões no Brasil. Em 2000, chegaram a 17,6 milhões. São pentecostais, na classificação do IBGE, a Igreja Universal do Reino de Deus e a Assembléia de Deus, entre outras. A denominação pentecostal diferencia esses grupos das igrejas evangélicas chamadas de missão (Luterana, Metodista, Presbiteriana), instaladas no Brasil graças a imigrantes e a missionários estrangeiros. O avanço evangélico dos últimos anos acontece no bojo do que a antropóloga Regina Novaes chama de terceira onda pentecostal, marcada pelo uso dos meios de comunicação de massa. A primeira onda foi no começo do Século 20, com o surgimento, em território brasileiro, de igrejas como a Congregação Cristã do Brasil (criada em 1910 em São Paulo) e a Assembléia de Deus (criada em 1911 no Pará).