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Severino admite chance de se licenciar

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| Vera Magalhães Folhapress Nova York - O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), admitiu ontem pela primeira vez a possibilidade de se licenciar do cargo para responder às denúncias de que teria cobrado mensalinho do empresário Sebastião Buani entre 2002 e 2003. Severino antecipou em 24 horas o retorno de Nova York para Brasília em função do agravamento de sua situação política e embarcou ontem, no final da tarde. Em entrevista coletiva concedida logo depois de seu discurso na 2ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos, não descartou a possibilidade de deixar temporariamente a presidência. A aliados foi mais longe e admitiu abertamente a possibilidade. Cumprindo o que prometera na véspera, Severino concedeu entrevista coletiva e pela primeira vez falou mais longamente sobre a denúncia de que teria extorquido Buani para renovar a concessão de exploração de um restaurante na Câmara. Ele voltou a negar as acusações e se disse “indignado” e “revoltado” com sua repercussão. Repetiu várias vezes que tem 42 anos de vida pública e que nunca foi alvo de denúncias. Questionado sobre se poderia renunciar ao cargo ou ao mandato, voltou a negar com veemência: “Renúncia não existe. Não conheço esta palavra.” Logo em seguida, os jornalistas perguntaram se poderia ao menos se licenciar e, diferentemente da véspera, Severino não refutou a possibilidade. “Isso aí quando eu chegar ao Brasil eu informarei. Isso eu irei conversar com os meus auxiliares em Brasília, onde irei tomar conhecimento de todas as denúncias”, disse. Diante da insistência sobre se estava admitindo a possibilidade, insistiu que trataria do assunto quando chegasse ao Brasil. ### Decisão deve ser anunciada na terça-feira Severino Cavalcanti foi aconselhado a conversar com pessoas no Brasil em quem confia, como o deputado e ex-ministro Francisco Dornelles (RJ), que é de seu partido. Na terça-feira, haverá uma reunião da Mesa Diretora da Casa, depois da qual, de acordo com pessoas próximas, ele deve anunciar a decisão. Na entrevista, Severino chegou a se emocionar ao dizer que não admite “ser tratado como alguém que mereça ser castigado”. “Eu não aceito ser enforcado antes do tempo”, afirmou. Ele repetiu que as afirmações de Buani “são mentirosas” e acusou o empresário de mudar sua versão sobre o episódio ao longo dos dias. “Ele deu três declarações, as três diferentes uma da outra”, afirmou. “Tenho 42 anos de vida pública e procurei pautar minha vida ao longo desses 42 anos como um homem correto, um homem sério. Não se justifica agora, quando já estou completando meus 73 anos, que venha um indivíduo sem a qualificação necessária fazer afirmações sem provas”, queixou-se. O presidente da Câmara negou que tenha assinado o documento prorrogando de forma irregular a concessão de Buani até este ano. “Eu não assinei esse documento. Esse documento está sendo levado por ele, porque todos os documentos deveriam estar dentro do contrato. Eu não assinei esse documento”, afirmou. Severino disse que tomou a iniciativa de pedir investigações à Polícia Federal, ao Tribunal de Contas da União e à Corregedoria Geral da Câmara sobre as acusações. “Severino Cavalcanti continua o mesmo. Severino Cavalcanti não muda”, afirmou. “Prova falsa” O assessor jurídico da Câmara dos Deputados Marcos César Vasconcelos disse ontem que o documento tido como prova da participação de Severino Cavalcanti (PP-PE) na prorrogação do contrato de um restaurante na Câmara é falso. Para ele, nem a assinatura de Severino confere exatamente com outros documentos assinados pelo presidente da Casa. Vasconcelos foi até à Polícia Federal ontem no final da tarde e entregou ao delegado Sérgio Menezes cerca de 50 documentos autenticados e assinados por Severino, em 2002, quando ele era primeiro-secretrário. De acordo com Vasconcelos, o documento dando garantias ao empresário Sebastião Buani de concessão do restaurante até 2005 foge aos padrões da Câmara. Vasconcelos pegou uma cópia da versão apresentada por Izeilton Carvalho, ex-gerente de Buani, e comparou com os 50 documentos entregues ao delegado. “A assinatura [de Severino Cavalcanti] não é igual. O papel não está timbrado e datado. Não há o número do processo antes do começo do texto. Para mim, o documento apresentado por Buani é falso, mas quem tem de dizer isso é a perícia”, afirmou o assessor. “Isso desmonta a versão apresentada por Sebastião Buani”, disse Vasconcelos. Três cópias desses documentos apresentadas pelo assessor da Câmara à imprensa referiam-se a processo administrativos de servidores.

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