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Dois alagoanos disputam a presid�ncia

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| Fábio Zanini Folhapress Brasília - Marcada para a próxima quarta-feira, a eleição para presidente da Câmara dos Deputados terá novas regras e um inédito debate televisionado entre os candidatos. Por consenso, os líderes partidários reunidos ontem pela manhã decidiram proibir a utilização de cartazes, faixas, banners e santinhos na “campanha eleitoral” interna, o que, se for respeitado, fará dessa uma eleição bastante diferente das anteriores. Trata-se de um acordo informal, no entanto, sem previsão de sanções para quem descumpri-lo. Na eleição que consagrou Severino Cavalcanti (PP-PE), em fevereiro, os corredores, gabinetes e salas da Câmara ganharam o apelido de “arraial de festa junina”, tamanha era a quantidade de bandeirinhas e faixas afixadas. Há uma avaliação entre líderes partidários de que houve excesso nas campanhas anteriores. O debate será transmitido ao vivo pela TV Câmara na véspera da eleição, terça-feira, às 18h. Às 10h de quarta-feira inicia-se o 1º turno da votação, que é secreta e manual (em cédulas). Caso nenhum dos candidatos reúna a maioria dos votos válidos (que se dá pela exclusão dos nulos), há o 2º turno, com início às 18h, entre os dois melhor colocados. ### Nonô tenta conseguir apoio do Planalto O presidente interino da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), disse que não praticará a “irresponsabilidade total” de abrir processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declaração que faz parte da estratégia de tentar vencer resistências do Planalto à sua pretensão de suceder Severino Cavalcanti. “Essa história de que eu mordo não é verdadeira. (...) O único senão é que eu posso, sei lá, recepcionar um pedido de impeachment contra o presidente. Isso é dar ao presidente uma fragilidade tal que ele não tem. E a mim, uma irresponsabilidade total que também não tenho.” Cabe ao presidente da Câmara dar prosseguimento ou arquivar os pedidos de impeachment feitos contra o presidente da República. Nonô reservou o segundo dia no comando da Câmara - como primeiro-vice, ele assume o cargo até as eleições da próxima quarta-feira - para articular sua candidatura, que caminha para reunir o apoio de toda a oposição. O pefelista afirma também possuir a simpatia de vários integrantes de partidos governistas, motivo pelo qual busca afastar a imagem construída nos últimos anos de ferrenho opositor ao Planalto. “O que está vendido aí contra mim é a idéia de que sou o inimigo número um do governo. Circunstância que me honraria muito, mas que não é verdadeira. Mas não posso oferecer um eletroencefalograma como prova, ou um raio X do crânio para o governo entender o óbvio, que sou um democrata por excelência.” Sua candidatura já possui o apoio de PFL, PSDB e PPS e deve conseguir, nos próximos dias, a adesão de PDT, PV e Prona. Apesar da interinidade, Nonô já usou o poder em benefício próprio. Ele decidiu que membros da Mesa podem ser candidatos a uma vaga aberta na própria Mesa. Ele já havia estreado no comando com uma decisão polêmica, a de determinar o esvaziamento das galerias do plenário após a renúncia de Severino, o que causou conflito entre seguranças e manifestantes. Nonô admitiu que pode ter havido excesso da segurança, mas foi irônico: “Desconheço forças policiais sofisticadas e aplicadas ao ponto de se dirigir assim: ‘Prezado estudante, poderia, por obséquio, descer essas escadas?’”. ### Chinaglia sai da disputa, e PT apóia Aldo Menos de 24 horas depois de ter sido escolhido candidato do PT a presidente da Câmara, o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia, desistiu da postulação. Em reunião, líderes e parlamentares das bancadas do PT, PSB e PC do B decidiram apresentar o nome do comunista Aldo Rebelo (SP) para representar parte da base de apoio ao governo. Desde que foi lançado, Chinaglia passou ontem a ser bombardeado na base aliada, o que levou a uma rediscussão de seu nome e à busca por uma alternativa mais palatável à Casa. Outros setores da base, como o PMDB, o PP e o PL, mantiveram, pelo menos por ora, as suas candidaturas, respectivamente de Michel Temer (SP), Francisco Dornelles (RJ) e João Caldas (AL). Dirigentes dos três partidos estavam na reunião que resultou na escolha de Aldo e preferiram não apoiá-lo. O PT resistiu a uma articulação do Palácio do Planalto para fechar com o peemedebista Michel Temer, escolhido candidato anteontem pela bancada do PMDB. O PT queria um compromisso de todo o PMDB para apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eventual candidatura à reeleição em 2006, além de fechar alianças em alguns Estados. Foi exigência para melar um entendimento, pois nem a ala governista está disposta a apoiar Lula no cenário atual, no qual perdeu cacife político por causa da crise do mensalão. Permanece ainda um cenário de confusão na Câmara, onde há diversas candidaturas, algumas oficializadas, outras não. Chinaglia tinha um forte problema: a cara do governo. Avalia-se que Aldo transitará melhor. Essa divisão favorece a candidatura do oposicionista José Thomaz Nonô (PFL-AL), presidente interino da Câmara. Nonô poderia ganhar impulso. Já existem vários candidatos de partidos que, ao menos na teoria, pertencem à base aliada: além de Dornelles e Temer, desejam ser Ciro Nogueira (PP-PI), Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) e João Caldas (PL-AL). Pela oposição, há Nonô, Alceu Collares (PDT-RS) e Jair Bolsonaro (PP-RJ). No total, entre candidatos declarados e cogitados, já são 13 nomes. Inscrições serão aceitas até as 18h da terça-feira.

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