Nacional
Deputado pede liberdade para ex-prefeito Paulo Maluf

O deputado federal Ildeu Alves de Araújo (PP-SP) protocolou ontem por motivo humanitário, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de habeas-corpus a favor do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf. Desde que foi detido, advogados fãs de Maluf têm entrado com recursos na Justiça pedindo a sua soltura. O ex-prefeito e seu filho Flávio estão presos há 20 dias na sede da Superintendência da Polícia Federal. No processo, que corre em segredo de Justiça, eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. Ele está sendo humilhado, tem 74 anos e está com problemas de saúde. Não é porque é ele, mas tem de ser respeitar o ser humano, afirmou Araújo. O deputado disse ter entrado com os pedidos não pelo lado político - Maluf continua filiado ao PP. Não é pelo partido, é pelo lado humanitário da coisa, reiterou. Embora também seja advogado, Araújo ainda afirmou que foi por questão de ética, que assinou os pedidos no STJ e no STF como impetrante. Os advogados responsáveis pelos dois protocolos nos órgãos foram sua mulher Avani Dias de Araújo e o seu chefe-de-gabinete, Eunilton de Oliveira Rios. Na quinta, a juíza federal da 2ª Vara Criminal de São Paulo, Sílvia Maria Rocha, que determinou a prisão dos Maluf no dia 9 de setembro, negou o pedido de revogação da prisão preventiva pedida pelos advogados de defesa oficiais José Roberto Leal e José Roberto Batocchio. No STJ, o pedido de soltura de Maluf feito pelo deputado foi distribuído por prevenção ontem ao ministro Gilson Dipp, da 5ª Turma, que já analisa o mérito de habeas-corpus do ex-prefeito e de seu filho, protocolados pela defesa dos Maluf. A liminar desse pedido foi negada no último dia 21. Já no STF, o pedido foi encaminhado na quinta mesmo ao ministro Carlos Velloso. O chefe-de-gabinete de Araújo também afirmou ontem que nos pedidos de habeas-corpus foram argumentados o fato de Maluf estar doente, de ter se entregado espontaneamente à polícia e ainda o fato do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi - que teria operado para a família no exterior - já ter prestado interrogatório na Justiça Federal semana passada. Ao decretar a prisão preventiva de Maluf e Flávio, a juíza entendeu que ambos poderiam atrapalhar o andamento do processo, ocultando provas e coagindo testemunhas, como o Birigüi.