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Revitaliza��o prioriza o saneamento b�sico

| ALESSANDRA BASTOS Agência Brasil Brasília A principal meta do Projeto de Revitalização do Rio São Francisco é aumentar o saneamento básico. Cerca de 85% dos R$ 68,5 milhões previstos para investimentos este ano serão para saneamento. Hoje, 250 cidades ribeirinhas jogam o esgoto diretamente no São Francisco. A revitalização do rio é apontada como um dos principais pontos de crítica ao projeto de integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. Os dois projetos vão correr paralelamente. As informações foram dadas na última sexta-feira pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Segundo ele, do total previsto para este ano, R$ 47,4 milhões já estão sendo investidos. Entre as ações está o saneamento das cidades de Cabrobó e Petrolina (Pernambuco) Bom Jesus da Lapa e Juazeiro (Bahia), Penedo (Alagoas) e Pirapora (Minas Gerais). Ações para revitalização e as conseqüências da transposição para as populações ribeirinhas foram motivo do protesto do bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, que ficou 11 dias em greve de fome em uma igreja em Cabrobó. Além das ações para o tratamento de esgotos sanitários, o Projeto de Revitalização vai investir na construção de 500 cisternas, construção de baragens, melhoria da calha navegável, controle da irrigação e reflorestamento. De acordo com Ciro Gomes, 85% das matas foram destruídas o que causa erosão e/ou a segmentação de bancos de areia. A educação ambiental é um ponto essencial do projeto já que, segundo o ministro, sua ausência e a barragem construída no percurso do rio, para gerar energia elétrica, causam problemas ambientais. ### Projeto não vai resolver falta de água no NE Brasília - O projeto de integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional não vai acabar com o problema da falta de água no nordeste brasileiro. O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, explicou, na última sexta-feira, que 470 comunidades, vilas e assentamentos serão beneficiados, o que representa apenas 45% da população do semi-árido nordestino. Não vai acabar com a seca, reconheceu o ministro Ciro Gomes. De acordo com Ciro Gomes, o projeto não é, por exemplo, uma resposta ao problema real das populações difusas. Ele explicou que 25% da população nordestina vive no campo, em casas distantes. E que esses 12 milhões de pessoas não terão acesso ao projeto. Para minimizar a situação, o governo federal promete construir um milhão de cisternas. Mas admite que elas também não serão a solução definitiva. O volume de água guardado por ano em uma cisterna representa um total muito pequeno. Não permite nem criar uma cabra. A classe média gasta isso em um mês apenas no banho, comparou o ministro. Ciro Gomes ressaltou, no entanto, que a geografia do Semi-árido é um dos principais indicadores de fome no Brasil. De acordo com o ministro, a ONU recomenda um mínimo de 1.500 metros cúbicos de água ao ano por habitante. E no Nordeste Setentrional, a média é de 450 metros cúbicos no agreste pernambucano, cai a 300 metros cúbicos. Não há o mínimo de água, disse.