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CNBB est� decepcionada com o resultado da crise, diz arcebispo

| LUIZ FRANCISCO Agência Folha Salvador - O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB ), dom Geraldo Majella Agnelo, 71, disse ontem que a entidade está muito decepcionada com o resultado das apurações das denúncias de corrupção envolvendo o Congresso Nacional. É claro que estamos muito decepcionados. Afinal, desde junho, não se fala em outra coisa no Brasil e parece que não vai dar em nada, a não ser algumas renúncias e poucas cassações, disse o arcebispo de Salvador, que participou ontem da 43ª Assembléia Regional dos Bispos de Bahia e Sergipe. Para o religioso, a frustração dos brasileiros com o desenrolar das investigações é um desgaste para a imagem do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desgaste é muito grande porque a população quer ver punição para os culpados. Mas não é isto que está acontecendo. O que estamos vendo são protelações, evasivas, mentiras, pessoas colocando os seus interesses acima de tudo. É preciso levar todas as denúncias até as últimas conseqüências. A crise política citada pelo cardeal d. Geraldo Majella Agnelo começou há cerca de cinco meses, quando o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) falou à Folha sobre a existência do suposto esquema do mensalão. Depois das denúncias, três Comissões Parlamentares de Inquérito foram instauradas e estão em andamento no Congresso, Roberto Jefferson foi cassado, três parlamentares renunciaram para evitar a perda de seus direitos políticos - Valdemar da Costa Neto (PL-SP), Paulo Rocha (PT-PA) e José Borba (PMDB-PR) - o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) perdeu espaço no governo e diretores de estatais foram exonerados. Sem citar nenhum nome, o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella criticou as manobras utilizadas por alguns deputados que estão lutando para preservar os seus mandatos.