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Tr�s senadores denunciam grampos

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| Silvio Navarro e Fernanda Krakovics Folhapress Brasília - As denúncias de parlamentares que apuram o escândalo do mensalão de que suas conversas telefônicas estão sendo monitoradas - os chamados grampos - alastraram-se ontem pelo Senado, provocaram varredura nas salas do Conselho de Ética da Câmara e geraram reação do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que pediu apuração à Polícia Federal. Ontem, mais três senadores - Álvaro Dias (PSDB-PR), Heloísa Helena (P-SOL-AL) e Paulo Paim (PT-RS) - além da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), ligada ao ex-ministro José Dirceu (PT-SP), reclamaram que suas chamadas telefônicas estão sendo rastreadas, ampliando para nove o número de parlamentares que se queixaram de estarem sendo vigiados. A maioria deles, entretanto, diz “não ter idéia” da autoria dos supostos “grampos”. A onda de denúncias de escutas telefônicas forçou uma reação do presidente da Câmara. Em ofício ao ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Aldo pede investigação em relação aos que reclamaram anteontem de grampo - Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de Ética, Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), relator e sub da CPI dos Correios, respectivamente. Aldo disse ainda considerar as denúncias “graves” e afirmou que “não pode haver tolerância contra esse tipo de crime”. “Escuta telefônica sem autorização da Justiça é crime, (...) é caso de polícia, e a polícia tem de investigar”, disse. A série de denúncias de monitoramento começou com ACM Neto, que acusou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de estar vigiando suas conversas desde que ele assumiu a sub-relatoria da CPI dos Correios que investiga fundos de pensão. A Abin disse que as denúncias “carecem de fundamento”. Ontem ACM Neto enviou ofícios para Aldo, Thomaz Bastos e para o ministro-chefe-do-gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Jorge Félix, relatando o caso. O pefelista disse ter descoberto o “grampo” porque uma de suas conversas sigilosas teria vazado para um governista. Desencontradas As denúncias também geraram informações desencontradas. Alguns deputados afirmaram que ACM Neto descobriu o “grampo” porque foi alertado por um petista. Em seguida, surgiram rumores que o deputado seria Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). No entanto, tanto Greenhalgh quanto ACM Neto negaram a informação. “Conversei com o Antonio Carlos Neto na terça-feira, somos amigos, e ele me contou que estava sendo grampeado pela Abin. Então, disse que tinha a minha solidariedade, mas que a Abin não faria isso, que hoje em dia é muito fácil qualquer um fazer um grampo”, disse o petista. ### Romeu Tuma diz que seu escritório foi arrombado FOLHAPRESS Além dos grampos, o senador Romeu Tuma (PFL-SP), que integra a CPI dos Bingos, disse ontem que seu escritório político no Estado foi arrombado na madrugada de ontem. “Deve ter sido algum grupo investigado pelas CPIs que faz esse tipo de coisa, assim como os grampos, para jogar a oposição contra o governo e bagunçar os trabalhos”, disse. Na Câmara, a Polícia Legislativa fez uma varredura nos telefones das salas do Conselho de Ética, mas nenhuma irregularidade foi detectada. A varredura foi feita a pedido do presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP). Izar disse que foram detectadas escutas telefônicas em seu escritório em São Paulo e que, por isso, solicitou uma análise nos telefones de seu gabinete na capital. “Epidemia dos grampos” Apelidada nos corredores do Congresso de “epidemia dos grampos”, a onda de denúncias também ganhou adeptos que não participam das investigações do mensalão, como o senador Paulo Paim. Ele solicitou à Mesa Diretora uma varredura nos telefones dos gabinetes, residências e celulares dos senadores. “Para mim, os meus telefones, como a da maioria dos parlamentares, estão grampeados. Hoje você compra um aparelho para fazer grampo em qualquer boteco”, disse ele. O Senado já faz periodicamente varredura nos gabinetes. Outro que reclamou de supostas escutas foi o advogado José Luiz Oliveira Lima, que defende Dirceu. Ele disse que há um mês começou a escutar “barulhos estranhos”, como se fossem estalos, e que a ligação cai freqüentemente.

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