ACM chama Ciro Gomes para briga

| Lydia Medeiros O Globo Brasília - O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) rebateu ontem, com um discurso da tribuna, as acusações feitas pelo ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) a seu neto, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Na última sexta-feira, em reunião no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, Ciro chamou ACM Neto de “tampinha” e “anão moral”, e acusou o PSDB de golpismo. “Se ele (Ciro) acha que o físico de ACM Neto é pouco, eu, na minha idade, estou disposto a enfrentá-lo e mostrar na terra dele que é covarde e desonesto”, atacou Antonio Carlos, assistido pelo Neto no plenário. Ciro Gomes, por intermédio de sua assessoria, disse que não comentaria os ataques de Antonio Carlos. O senador chamou o ministro de “escória” da política nacional e afirmou que ele foi beneficiário do esquema do valerioduto, recebendo R$ 450 mil por intermédio de seu assessor Márcio Lacerda. O nome de Lacerda está na lista do empresário Marcos Valério. Para justificar o recebimento da quantia, Lacerda e Ciro afirmaram que serviu para o pagamento da campanha publicitária do segundo turno das eleições presidenciais de 2002, quando o então candidato do PPS, derrotado, apoiou o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Antonio Carlos, Ciro “muda de cara todo dia”. Lembrou que na campanha de 2002, quando o senador decidiu apoiá-lo, Ciro foi à Bahia e posou para fotógrafos ajoelhado beijando sua mão. “É um valente treme-treme. Todas as vezes que foi testado, recuou”, disse o senador, acrescentando: “Passe a respeitar as pessoas e não mude de cara todo dia. Bota barbinha, quer mudar de cara porque não tem caráter. É a escória da política brasileira. Senhor Ciro, tome vergonha”. Outra desavença com o ministro, a transposição do Rio São Francisco, obra tocada pela pasta da Integração Nacional, foi apontada pelo senador como motivo para a troca de acusações. Antonio Carlos é contra a obra e tem afirmado com insistência que só servirá para render dinheiro a empreiteiros.