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Depoimento de Palocci deve ser na ter�a

| Luciana Constantino e Silvio Navarro Folhapress Brasília - O governo conseguiu ontem adiar por mais uma semana a votação de uma convocação formal do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, para prestar depoimento à CPI dos Bingos, que investiga, entre outras coisas, denúncias de corrupção durante sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto (SP). A manobra governista, entretanto, não evitou o desgaste de uma convocação caso o ministro não compareça espontaneamente até a próxima terça-feira, conforme novo acordo entre os integrantes da comissão. Sem número suficiente para aprovar ontem a convocação, a oposição foi obrigada a aceitar a proposta de refazer o convite, por sugestão do relator da CPI, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Se ele não vier no dia 13 a melhor resposta é votar, com o número mais exuberante possível, sua convocação, disse Garibaldi. O novo impasse, entretanto, beneficia Palocci porque, na prática, mesmo que seja aprovada sua convocação, dificilmente haverá agenda para marcar seu depoimento ainda neste ano, como o próprio ministro pretendia. Na próxima terça, a CPI pretende também votar todos os requerimentos pendentes e fechar sua agenda até o fim do ano. Além do relator, a proposta de um novo convite ao ministro -em vez de se votar sua convocação imediatamente - foi costurada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). O senador Flávio Arns (PT-PR) ficou incumbido de transmitir a decisão ao ministro, mas até o momento não tinha resposta. Para conseguir driblar a oposição, que tem maioria na CPI, e forçar o adiamento, o governo contou com a ajuda ontem de dois senadores de Roraima -Augusto Botelho (PDT), que disse votar contra a convocação, e Mozarildo Cavalcanti (PTB), fora de Brasília desde sexta-feira. A manobra governista irritou o presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), que anteontem havia dito que em nome da transparência e independência da comissão votaria o requerimento caso o ministro não cumprisse o acordo de comparecer antes do dia 10. Há duas semanas, após acerto do governo com a oposição, a CPI aceitou convidar Palocci a depor, permitindo assim que ele aceitasse ou não.