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Curitiba e Belém Mais de 600 índios da tribo munduruku estão em pé de guerra no Pará e ameaçam queimar vivos três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) que são mantidos como reféns. Segundo o escritório da Funai em Itaituba (oeste do Par
Por | Edição do dia 15/05/2002 - Matéria atualizada em 15/05/2002 às 00h00
Curitiba e Belém Mais de 600 índios da tribo munduruku estão em pé de guerra no Pará e ameaçam queimar vivos três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) que são mantidos como reféns. Segundo o escritório da Funai em Itaituba (oeste do Pará), os índios reivindicam a expulsão de 300 garimpeiros que trabalham clandestinamente na reserva, situada perto de Jacareacanga, próxima à Amazônia, em um local de difícil acesso. Os índios munduruku, com a cara e o corpo pintados, mantêm os funcionários da Funai em uma jaula de bambu sob a ameaça de seus arcos e flechas. Um dos caciques da tribo, Nelsinho Sau, afirmou que os índios colocariam fogo na jaula se os garimpeiros não forem expulsos e seu material destruído. Os funcionários da Funai se reuniram com os índios para negociar a retirada dos garimpeiros, mas os munduruku afirmaram estar cansados das promessas da Funai e tomaram os funcionários como reféns depois da reunião. Os índios reivindicam a assinatura imediata de um acordo para expulsar os garimpeiros. A Funai solicitou a intervenção da Polícia Federal e do Ministério Público para negociar. Carajás Em Belém, no Pará, começou o julgamento de três policiais acusados pela morte de dezenove trabalhadores rurais sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA), que ocorreu há seis anos. O julgamento acontece depois de uma batalha judicial que terminou segunda-feira à noite, quando o Superior Tribunal de Justiça negou pedido do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra que pretendia suspender a sessão do júri. Os sem-terra alegavam que o julgamento não deveria acontecer, por causa da recente troca de juiz. Ao todo, 149 policiais militares sentarão no banco dos réus. Ontem foi a vez do coronel Mário Pantoja, do capitão Raimundo Lameira e do major José Maria Oliveira, que comandavam a operação em 1996 e que deixou 69 feridos. No primeiro julgamento, em 99, os policiais foram absolvidos por insuficiência de provas. Um ano depois, a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Pará e desde então tem sido difícil encontrar um juiz para presidir o caso. Quinze juízes renunciaram de uma só vez. O juiz Roberto Moura, de 46 anos, é o sexto a assumir o júri.