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Nº 5759
Nacional

Jovens fazem sexo cada vez mais cedo

| Luciana Constantino Folhapress Brasília - Cresceu no Brasil, entre 1998 e este ano, o número de jovens sexualmente ativos e que usam preservativo na primeira relação, mas o início da atividade sexual continua sendo, em média, entre 14 e 16 anos. A esc

Por | Edição do dia 11/12/2005 - Matéria atualizada em 11/12/2005 às 00h00

| Luciana Constantino Folhapress Brasília - Cresceu no Brasil, entre 1998 e este ano, o número de jovens sexualmente ativos e que usam preservativo na primeira relação, mas o início da atividade sexual continua sendo, em média, entre 14 e 16 anos. A escolaridade influencia esse comportamento, já que analfabetos funcionais começam a ter relações sexuais mais cedo e usam camisinha com menos freqüência do que os jovens com segundo grau completo. Esses são resultados preliminares da pesquisa “Comportamento Sexual e Percepções da População Brasileira sobre HIV e Aids”, divulgados em Brasília. Em 1998, o porcentual de homens entre 16 e 19 anos que relataram ter atividade sexual nos 12 meses antes da pesquisa era de 56,5%. Passou para 78,4% neste ano. A mesma tendência seguem as mulheres - 41,6% subiu para 68,5% - e os jovens de ambos os sexos na faixa dos 20 aos 24 anos. Quando se trata do uso da camisinha na primeira relação sexual incluindo homens e mulheres de 16 a 19 anos, 47,8% disseram, em 98, tê-la utilizado, contra 65,8% neste ano. Na faixa de 20 aos 24 anos, o porcentual sobe de 37,7% para 55,2%. Segundo o Ministério da Saúde, a mudança de comportamento é um dos fatores que explicam a queda de casos de Aids entre jovens, principalmente do sexo masculino dos 13 aos 24 anos. Nessa faixa, o número de infectados pelo HIV caiu de 1.685 registros em 98 para 1.213 em 2004 (último ano com dados fechados). Segundo a pesquisa, feita pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) a pedido do Ministério da Saúde, o porcentual de jovens que usam “sempre’’ o preservativo aumenta com o grau de instrução. Enquanto entre os analfabetos funcionais de 16 a 19 anos apenas 26,6% relatam o chamado “uso consistente”, o dado vai a 45,5% entre os com 2º grau completo. Para a pesquisadora Elza Berquó, uma das coordenadoras da pesquisa, isso mostra que a população com menos escolaridade demanda atenção especial nas campanhas educativas, já que nessa faixa o conhecimento sobre formas de prevenção é menor, além de 9,8% a 15,4% deles acharem que Aids tem cura. Embora os jovens utilizem mais o preservativo do que a população em geral, eles mantêm a tendência de adotá-lo com mais freqüência nas relações eventuais do que nas estáveis, como namoros. No total, foram entrevistadas 5.040 pessoas de 16 a 65 anos entre junho e agosto. Porém, só foram divulgados dados referentes à faixa etária dos 16 aos 24 anos. O levantamento também aponta que a proposta de usar camisinha na primeira relação sexual parte, na maioria das vezes, dos dois parceiros, porém o homem ainda sugere mais. Isso pode ser, em parte, reflexo da confiança que as mulheres dizem ter nos parceiros. Ao serem questionados sobre o motivo para deixar de usar preservativo na primeira relação, tanto homens como mulheres dizem, principalmente, que não tinham na hora ou que não se lembraram. ### Poucas escolas abordam a Aids na sala de aula Folhapress Brasília Apesar de a escola ser o segundo lugar mais apontado pelos jovens para obter informações sobre Aids, atrás apenas das famílias, só 29,7% dos 97.600 estabelecimentos de ensino que trabalham com o tema realizam atividades mensais. O mais comum são atividades semestrais, realizadas em 45% das escolas. Além disso, só 9.200 (ou 9,4%) estabelecimentos oferecem preservativos para seus alunos. Esses dados estão no levantamento sobre saúde, incluído pela primeira vez no Censo Escolar deste ano, e divulgados na sexta. Segundo o coordenador do Programa Nacional de DST-Aids, Pedro Chequer, a meta é chegar a 25% das escolas com preservativos disponíveis em 2006, o que significa o repasse de 25 milhões de camisinhas pelo Ministério da Saúde. Para o próximo ano, o governo federal também pretende fazer uma campanha nacional dirigida a jovens e professores com informações sobre prevenção e tratamento da Aids. Cerca de 35% dos professores que trabalham com essa atividade ainda não são capacitados. Também haverá um esforço para ampliar o número de jovens difusores de informação. Atualmente, apenas 6% dos que trabalham nas escolas com campanhas ligadas à Aids são jovens. A proposta é mobilizar cerca de 7 milhões de alunos do ensino médio para a importância de procurar serviços de saúde. A Aids é o segundo assunto mais abordado pelos programas de saúde nas escolas, ficando atrás de temas ligados a drogas. Em seguida, vêm gravidez na adolescência e saúde sexual. O Censo Escolar é realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação em escolas públicas e particulares do País. Casamento Um dado que chama atenção na pesquisa é o número de jovens que dizem não ter iniciado atividade sexual porque pretendem casar virgem - 23,9% entre mulheres de 16 a 19 anos e 40,4% na faixa dos 20 aos 24 anos. Entre homens de 20 a 24 anos, o dado chega a 19,6%, perdendo só para questão religiosa (38,7%) e não ter encontrado parceira ideal (37,5%).

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