Nacional
Inqu�ritos sobre casos crescem 1.000%

| Jailton de Carvalho O Globo O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou na abertura do Terceiro Encontro da Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro (Encla), na última sexta-feira, em Vitória, Espírito Santo, um aumento expressivo na abertura de inquéritos e processos contra lavagem de dinheiro no País a partir de 2003. Segundo dados divulgados pelo ministro, só este ano já foram abertos 359 inquéritos e 48 processos contra esse tipo de crime, um número bem acima dos dados registrados em 2002, quando foram abertos 32 inquéritos e nove ações penais. Esta é a primeira vez que uma instituição oficial faz e divulga estatísticas gerais sobre lavagem de dinheiro. ?É o resultado de uma cooperação que vai construindo uma cultura de combate à lavagem de dinheiro, mas ainda temos muito chão pela frente?, disse o ministro. Thomaz Bastos disse que o aumento do combate à lavagem de dinheiro está diretamente relacionado à atuação dos órgãos vinculados à Encla, entre eles a Polícia Federal, a Receita Federal, o Banco Central, o Ministério Público Federal, o Banco do Brasil, o INSS e o Judiciário. ?Só a produção da estatística já é um avanço?, afirmou. Radicalizando Os organizadores do ?Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção? radicalizaram o discurso, durante a cerimônia de lançamento oficial da iniciativa e prometeram combater as empresas que não aderirem ao projeto. O ?Pacto? busca combater o roubo e o suborno nas administrações públicas e a formação de caixa 2 entre partidos políticos a partir da adoção de medidas contrárias às práticas pela iniciativa privada. ?O que estamos tentando fazer é inviabilizar a atividade econômica das empresas que adotam a corrupção como forma de gestão?, afirmou Oded Grajew, presidente do conselho do Instituto Ethos e um dos idealizadores da proposta, na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), no centro da capital paulista. A maneira de fazê-lo, disseram Grajew e Ricardo Young, presidente do Ethos, é exigir que o governo só aceite empresas que se comprometam com o combate à corrupção como beneficiárias de financiamentos e participantes de licitações. Além disso, fazer com que as empresas participantes não façam negócios com as que não aderirem aos seus princípios. O pacto foi lançado na sexta-feira com apresentação de um texto provisório que, durante três meses, estará sujeito a sugestões e mudanças. As empresas poderão aderir ao projeto final a partir de março do ano que vem.