MP quer tornar Garotinho ineleg�vel
| Sergio Torres Folhapress Rio de Janeiro - O Ministério Público do Estado do Rio e o Ministério Público do Trabalho pediram à Justiça que o ex-governador e pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, tenha seus direitos políticos suspensos
Por | Edição do dia 13/12/2005 - Matéria atualizada em 13/12/2005 às 00h00
| Sergio Torres Folhapress Rio de Janeiro - O Ministério Público do Estado do Rio e o Ministério Público do Trabalho pediram à Justiça que o ex-governador e pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, tenha seus direitos políticos suspensos pelo período de três a cinco anos. Os promotores acusam Garotinho de improbidade administrativa. O pedido integra a ação civil pública encaminhada à 1ª Vara Cível de Nova Iguaçu (cidade na região metropolitana do Estado). Por meio da assessoria do governo estadual, Garotinho informou que não comentaria o pedido dos promotores. Ele é secretário estadual de Governo e de Coordenação. Os promotores pedem ainda que ele perca a função pública e seja multado. Desvirtuamento Na ação, o ex-governador é acusado de ter, no ano passado, durante a eleição para prefeito no município, se beneficiado politicamente com o desvirtuamento do Programa Jovens pela Paz em Nova Iguaçu. Segundo o documento apresentado à Justiça pelos promotores, o Jovens Pela Paz, na prática, se desvia patentemente de seu objetivo, aliciando mão-de-obra com vistas ao exercício coativo de atividades político-partidárias. De acordo com os depoimentos de pessoas que participaram do programa, os monitores do Jovens Pela Paz obrigavam os bolsistas a participarem de eventos do PMDB, inaugurações de obras e várias outras manifestações políticas envolvendo o partido, sob ameaça de desligamento do projeto. Alguns dos jovens fizeram cadastramento de idosos para a Farmácia Popular - outro projeto do governo do estado - em Nova Iguaçu. Depoimentos Uma das jovens que prestou depoimento ao Ministério Público informou que, num dos encontros, os integrantes do programa tiveram de gritar, em coro, a seguinte frase: Um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos Garotinho presidente do Brasil. O programa foi criado com o objetivo de preparar jovens carentes para o mercado de trabalho. O programa foi instituído por Garotinho no período em que governou o Estado do Rio de Janeiro, de 1999 a abril de 2003. Sua mulher, a governadora Rosinha Matheus (PMDB) nomeou para coordená-lo o subsecretário Wilson Sombra, namorado de sua filha Clarissa Matheus, presidente regional da Juventude do PMDB. Wilson Sombra e mais sete réus também são acusados de improbidade administrativa pelos promotores.