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Nº 5759
Nacional

BC nega falha e responsabiliza Conselhinho

| Fernanda Krakovics Folhapress Brasília - Acusados de negligência em relação a supostas irregularidades praticadas nos bancos Rural e BMG, representantes do Banco Central negaram falhas, mas disseram ontem à CPI dos Correios que a palavra final na fisc

Por | Edição do dia 14/12/2005 - Matéria atualizada em 14/12/2005 às 00h00

| Fernanda Krakovics Folhapress Brasília - Acusados de negligência em relação a supostas irregularidades praticadas nos bancos Rural e BMG, representantes do Banco Central negaram falhas, mas disseram ontem à CPI dos Correios que a palavra final na fiscalização de instituições financeiras não é deles, e sim do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Fazia parte do chamado Conselhinho, que analisa em segunda instância punições aplicadas pelo BC, o procurador da Fazenda Nacional Glênio Guedes, que recebeu R$ 1,6 milhão do publicitário Marcos Valério de Souza. De acordo com o relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), os funcionários do BC citaram como exemplo a recomendação que teria sido feita por eles de destituição de diretores do Banco Rural. O Conselho teria alterado a punição para uma multa de R$ 100 mil. Serraglio não soube dizer a que episódio isso estaria relacionado. Em depoimento à CPI, Glênio confirmou o recebimento dos recursos de Valério e disse que foram pagamentos por um contrato firmado em 2003, com validade até 2005, entre o escritório de advocacia de seu pai, Ramon Guedes, e a empresa de consultoria Tolentino & Melo, da qual Valério era sócio. Ele negou que o dinheiro seja uma contrapartida por defender, a pedido do publicitário, os interesses do Banco Rural no âmbito do Conselhinho. O Rural concedeu a Valério empréstimos que somaram R$ 29 milhões, repassados ao PT. Glênio fazia pareceres sobre recursos apresentados por empresas multadas pela Comissão de Valores Imobiliários e pelo BC. Em um desses casos, deu um parecer pelo arquivamento de um processo contra o Rural. Participaram da reunião com a CPI o diretor de Liquidações Antonio Gustavo do Vale, o chefe do Departamento de Supervisão de Bancos Osvaldo Watanabe, o chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros Ricardo Liáo e o gerente do Departamento de Fiscalização em Belo Horizonte (MG) Walter Cançado. Além de Serraglio, estava presente o relator-adjunto, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ). O ex-superintendente do Rural Carlos Roberto Godinho disse à CPI que o BC foi conivente com supostas irregularidades cometidas pelo banco no episódio. Segundo ele, os empréstimos concedidos às empresas de Valério foram de fachada para esconder a verdadeira origem do dinheiro.

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