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Nº 5905
Nacional

Propina teria ocorrido no governo FHC

| FELIPE RECONDO Folha Online Brasília - O depoimento do sócio da Beta, Ioannis Amerssonis, reforçou a tese da CPI dos Correios de que a empresa fez um conluio com a Skymaster para vencerem a licitação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT

Por | Edição do dia 16/12/2005 - Matéria atualizada em 16/12/2005 às 00h00

| FELIPE RECONDO Folha Online Brasília - O depoimento do sócio da Beta, Ioannis Amerssonis, reforçou a tese da CPI dos Correios de que a empresa fez um conluio com a Skymaster para vencerem a licitação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e prestarem o serviço da Rede Postal Noturna. O acerto entre as duas envolveria o pagamento de propina a diretores dos Correios em 2002, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e à empresa Varig Log, concorrente das duas empresas que já prestava o serviço. O acordo entre as duas evitaria que houvesse perdas caso alguma fosse derrotada na licitação. Beta e Skymaster fecharam um acordo para que uma subcontratasse a outra em caso de vitória. O acerto previa a repartição dos lucros. A Varig Log teria sido paga para deixar o caminho livre para as duas. E os Correios receberiam os recursos para direcionarem o processo de escolha das empresas. “Há indícios veementes de que em 2002 pagavam contribuição ou mensalão para os diretores dos Correios”, afirmou o sub-relator de contratos da CPI, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). “Como está claro o conluio e a ilegalidade, vamos atrás de quem recebeu o dinheiro”, acrescentou o deputado. Ioannis negou que tenha participado de negociações com o ex-presidente da Beta Antônio Augusto Morato que envolveriam acerto com a Varig Log ou que tratasse de pagamento de propina aos Correios. “Em nenhum momento sentei com o senhor Antônio Augusto para tratar de qualquer ato ilícito”, afirmou Amerssonis. O sub-relator, então, apresentou uma fita de vídeo, já periciada, que mostra o dono da Beta em reunião com Morato. Na conversa com outro funcionário da empresa, Morato trata do acordo com a Skymaster e o suposto “acerto” com os Correios. O diálogo mais freqüente é entre Morato e o funcionário da empresa. Amerssonis passa a maior parte do tempo ouvindo, mas intervém em oito ocasiões. Por ter pouco falado na conversa, Amerssonis transfere a responsabilidade pelas explicações para Morato, seu ex-sócio até 2002. Mesmo assim, repetiu que a empresa não havia feito concluio ou praticado ilegalidades. “A Beta não participou de conluio ou ato ilícito e não precisava pagar propina para ninguém”, afirmou. Cardozzo, que suspendeu o depoimento até a próxima semana, disse considerar que o dono da Beta mentiu.

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