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Nº 5759
Nacional

Relat�rio liga mensal�o � troca de sigla

| Folhapress Brasília Relatório preliminar da CPI dos Correios, divulgado ontem pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relacionou os pagamentos do mensalão ao ingresso de deputados federais de diversos partidos no PTB e no PP e a votações de interesse

Por | Edição do dia 22/12/2005 - Matéria atualizada em 22/12/2005 às 00h00

| Folhapress Brasília Relatório preliminar da CPI dos Correios, divulgado ontem pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relacionou os pagamentos do mensalão ao ingresso de deputados federais de diversos partidos no PTB e no PP e a votações de interesse do governo federal no Congresso Nacional. Apontou ainda que, no caso de alguns pagamentos ao PL, a periodicidade chegou a ser semanal, classificado ontem em tom irônico de “semanadão”. Serraglio afirmou que o valerioduto movimentou R$ 2,6 bilhões entre os anos de 1997 e 2005 e, segundo ele, houve mais saídas do que entradas de recursos nas contas do empresário Marcos Valério. Ao divulgar o relatório parcial das investigações, Serraglio contou também que houve um crescimento das receitas que circularam no esquema entre os anos de 2001 e 2004. Entre os maiores depositantes do valerioduto, o deputado informou que estão o Banco do Brasil (R$ 388 milhões), a Telemig (R$ 122 milhões) e a Visanet (R$ 92 milhões). Segundo o relatório, foram registrados pagamentos a deputados aliados do governo concentrados “em datas próximas às votações”. Esse comportamento é registrado, de acordo com a CPI, a partir de setembro de 2003. Poucos dias antes, 27 de agosto, ocorrera a votação da polêmica reforma da Previdência Social. Nessa mesma época muda a sistemática da retirada do dinheiro das empresas do publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. O esquema, que antes era feito com saques na boca do caixa, passou a ser feito por meio de transferências bancárias para empresas. A planilha apresentada pela CPI, porém, registra saques para empresas e pessoas que não são parlamentares. Os petistas pediram cautela na análise dos dados. “Evidentemente que existem algumas coincidências que surpreendem, em função de saques, de migrações partidárias, mas vamos apurar e ter claramente um quadro de como esses saques poderiam interferir nas ações do Congresso”, afirmou o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), que prometeu um relatório final “equilibrado”. O dinheiro supostamente destinado a engordar as filiações no PTB se concentrou em maio de 2003. No PP, entre janeiro e fevereiro de 2004. Os pagamentos destinados ao PP pelo esquema montado pelo PT e pelo publicitário, intermediados pela corretora Bônus-Banval, obedeceram intervalos de 48 e 72 horas e ocorreram principalmente entre janeiro e fevereiro de 2004. ### Relator exclui próprio partido de texto Silvio Navarro Folhapress Brasília - Apesar de enumerar as diferentes formas de repasse de recursos do chamado valerioduto para os partidos da base do governo, o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), excluiu o PMDB da relação de partidos beneficiários e não listou os deputados que teriam recebido dinheiro do caixa 2 do PT. Em uma planilha anexa ao seu relatório, Serraglio detalhou esquemas de repasses ao PL, por meio da empresa Guaranhuns, e ao PP, pela corretora Bônus-Banval, e citou o PTB como exemplo de partido cuja bancada inflou por interferência do governo. Em agosto, Serraglio divulgou uma lista com os nomes de 19 deputados apontados como beneficiários do esquema do empresário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o mensalão. O peemedebista citado por Serraglio na ocasião foi o ex-líder da bancada na Câmara José Borba (PR), acusado de receber R$ 1,1 milhão de Valério. Borba renunciou ao mandato em 17 de outubro para escapar da cassação. “No espectro do Marcos Valério, onde ele identifica as pessoas que receberam [recursos], aparece o líder, que já renunciou, mas não há identificação de períodos para identificar se o PMDB recebeu de tal a tal época ou que tenha coincidido com tal coisa. Partimos de padrões, ninguém está dizendo que o PMDB não recebeu”, disse Serraglio. “Faltou o PMDB e o PT por meio dos diretórios regionais. Não temos que salvar ninguém”, reclamou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), durante a apresentação do relatório preliminar de Serraglio. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que houve uma “decisão do comando da CPI” para “não personalizar” o relatório. Segundo ele, o relatório final da comissão deverá citar novos nomes de beneficiários do esquema. “Tomamos a decisão de não personalizar nada na prestação de contas.” À época da divulgação dos nomes dos 19 deputados, a CPI pediu a cassação do mandato de todos eles por “um amplo conjunto de crimes políticos expressivos” na esteira do escândalo do mensalão. Até agora, só dois deputados tiveram seus mandatos cassados: Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias, e o ex-ministro José Dirceu (PT-SP). No total, Serraglio havia relacionado sete deputados do PT, quatro do PP, quatro do PL, dois do PTB, um do PFL e um do PMDB. Desde então, além dos cassados, dois foram absolvidos - Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG) - e três renunciaram - Paulo Rocha (PT-PA), Carlos Rodrigues (PL-SP) e José Borba (PMDB-PR). Valdemar Costa Neto (PL-SP) renunciou ao mandato antes da divulgação da lista.

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