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Nº 5759
Nacional

Rebeli�o termina ap�s 70 horas

| Thiago Guimarães Folhapress Porto Velho - A rebelião no presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO), terminou às 16h30 de ontem (14h30 pelo horário local), depois de 70 horas. Diferentemente do que foi anunciado inicialmente pelos presos, não houve mor

Por | Edição do dia 29/12/2005 - Matéria atualizada em 29/12/2005 às 00h00

| Thiago Guimarães Folhapress Porto Velho - A rebelião no presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO), terminou às 16h30 de ontem (14h30 pelo horário local), depois de 70 horas. Diferentemente do que foi anunciado inicialmente pelos presos, não houve mortes. Um acordo de 11 pontos fechado entre detentos, governo do Estado, Justiça, Ministério Público Estadual e polícias Militar e Civil pôs fim à rebelião. O primeiro item do acordo foi a volta de Ednildo Paula de Souza, 28, o Birrinha - condenado a 22 anos e sete meses de prisão por homicídio e roubo e um dos líderes dos presos. Outro pedido é o afastamento do promotor Amadeu Sikorski Filho, da Vara de Execuções Penais, dos processos dos detentos do Urso Branco. Na semana passada, ele conseguiu a transferência de Birrinha para Nova Mamoré, o que desencadeou a rebelião. Até as 20h30 de ontem, a PM ainda revistava o presídio e os 194 parentes mantidos reféns desde as 17h de domingo não haviam deixado o local. Duas mulheres - entre elas uma grávida de oito meses - passaram mal e foram liberadas às 13h. Um túnel de 15 metros cavado pelos detentos durante o motim foi identificado e explodido com uma granada pela PM. Como rastros no mato também foram encontrados, há a possibilidade de presos terem fugido - a contagem dos 935 detentos não havia sido feita até as 20h de ontem. A capacidade de Urso Branco é de 350 internos. Durante a rebelião, os presos exibiram dois homens sobre a caixa-d’água como se estivessem mortos. Ontem, após o fim das negociações, eles afirmaram que estavam apenas encenando. “Já tem um ano que a gente fez um acordo de paz aqui no Urso Branco. A gente queria só a volta do nosso irmão [Birrinha] e poucas coisas. Não teve morte nenhuma, fizemos uma encenação para mostrar para vocês que nós somos seres humanos”, afirmou o preso Marcos Souza, 37. Os parentes festejaram quando Birrinha chegou ao Urso Branco em um carro de polícia, por volta das 16h. O anúncio do acordo com as autoridades de segurança do estado foi feito pelos próprios presos, que estenderam uma faixa do alto de uma caixa d’água com a inscrição: “Fim da rebelião, sem mortes e sem feridos, sempre na graça de Deus”. Os detentos aproveitaram as visitas de Natal, no domingo, para fazer os reféns. A maioria era formada por mulheres e crianças parentes dos presos. Segundo a polícia, os rebelados destruíram as grades das celas e estão fortemente armados. Mesmo sendo familiares, os amotinados ameaçaram jogar os reféns do alto da caixa d’água.

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