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Nº 5759
Nacional

Eldorado dos Caraj�s: laudos podem definir 1� julgamento

Belém – Os depoimentos do legista Fortunato Badan Palhares e do foneticista Ricardo Molina, ontem, serão decisivos para determinar o resultado do julgamento dos primeiros militares que participaram do confronto ocorrido em abril de 1996 em Eldorado do C

Por | Edição do dia 16/05/2002 - Matéria atualizada em 16/05/2002 às 00h00

Belém – Os depoimentos do legista Fortunato Badan Palhares e do foneticista Ricardo Molina, ontem, serão decisivos para determinar o resultado do julgamento dos primeiros militares que participaram do confronto ocorrido em abril de 1996 em Eldorado do Carajás, que resultou na morte de 19 sem-terra. Os dois técnicos apresentaram depoimentos diferentes, mas todos baseados em laudos técnicos. O primeiro júri, do coronel Mário Colares Pantoja e do capitão Raimundo Almendra Lameira, estava previsto para terminar na madrugada de hoje. O major José Maria Pereira Oliveira e outros 146 PMs serão julgados nas próximas duas semanas. O primeiro depoimento foi de Molina, que reproduziu cenas do confronto, onde garante que um policial militar foi o responsável pelo primeiro tiro, que teria gerado todo o incidente. Além disso, o foneticista ampliou imagens gravadas pelo cinegrafista Raimundo Osvaldo Araújo – as únicas existentes sobre o fato – para mostrar que, antes mesmo dos sem-terra atacarem os PMs, havia uma pessoa ferida, supostamente por tiros. “Em um primeiro momento houve disparos de armas automáticas e bombas. Depois houve nova seqüência de tiros e vemos, em seguida, um homem caído”, relatou Molina. Durante o depoimento do foneticista, que é coordenador do Laboratório de Fonética da Universidade de Campinas (Unicamp) em São Paulo, um dos advogados de defesa, Roberto Lauria, tentou tumultuar o depoimento, provocando um bate-boca com o assistente do promotor Marco Aurélio do Nascimento, Marcelo Freitas. Lauria inclusive foi ameaçado de ser retirado do júri. Molina, além das cenas ampliadas, mostrou vozes de sem-terra afirmando que haviam mortos, citando, inclusive, o nome de Amâncio Rodrigues, que estava entre os 19 corpos encontrados depois do confronto.

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