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Nº 5759
Nacional

Corpo dever� chegar ao Brasil hoje

| FOLHAPRESS Com agências internacionais O avião com o corpo do general brasileiro Urano Bacellar, que morreu no sábado em Porto Príncipe, deveria deixar o Haiti ontem, às 20h do horário local (23h de Brasília), de acordo com o porta-voz da missão de p

Por | Edição do dia 10/01/2006 - Matéria atualizada em 10/01/2006 às 00h00

| FOLHAPRESS Com agências internacionais O avião com o corpo do general brasileiro Urano Bacellar, que morreu no sábado em Porto Príncipe, deveria deixar o Haiti ontem, às 20h do horário local (23h de Brasília), de acordo com o porta-voz da missão de paz Minustah, da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, David Wimhurst. O corpo será levado para o Rio de Janeiro. A Minustah ainda não tem o relatório final da polícia sobre a causa da morte. O general, comandante da Força de Paz das Nações Unidas no Haiti, foi encontrado morto com um tiro, no sábado, num aparente suicídio, mas esta hipótese ainda não foi confirmada pelas autoridades, que investigam também a possibilidade de assassinato. Representantes do governo brasileiro, que viajaram para o Haiti no domingo, se reuniram ontem com especialistas da ONU para definir critérios comuns para a perícia, adequados à legislação brasileira. O embaixador brasileiro no Haiti, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, disse que a intenção era liberar o corpo o mais rápido possível, mas acrescentou que era preciso atender às exigências técnicas da perícia. Como o general Bacellar estava no Haiti como funcionário da ONU (cedido pelo governo brasileiro), todo o processo é conduzido pela organização. Homenagem Um grupo de soldados brasileiros da Minustah interrompeu a rotina de patrulhas nas ruas de Porto Príncipe, ontem, para assistir a uma breve cerimônia religiosa fúnebre do general Urano Bacellar. Muitos se emocionaram ao ver o caixão deixar o pavilhão do hospital argentino, ao som do toque de silêncio, executado, com cornetas, por homens das Forças Armadas. “Pedimos a Deus que o acolha para a eternidade, porque ele era um excelente profissional”, disse o capelão do Exército brasileiro Marcos Marques, antes de rezar o pai-nosso e ungir o caixão que levava o corpo do general, coberto com as bandeiras do Brasil e da ONU. A solenidade foi simples. Discursaram o embaixador Paulo Pinto, além do responsável das Nações Unidas no Haiti, Juan Valdés, e o general chileno Aldunate, que assumiu o comando da missão da ONU interinamente, em conseqüência da morte do general brasileiro. O clima em Porto Príncipe parecia refletir a solenidade: havia poucos automóveis nas ruas, mas o motivo era a greve convocada pelo setor patronal em protesto contra a falta de segurança na cidade. Na caótica região das Delmas, onde trânsito no domingo fazia com que se perdessem 10 minutos para percorrer dois quilômetros, ontem havia praticamente apenas carros das Nações Unidas. ### Brasil indica substituto de general Brasília - O general de divisão José Elito Carvalho Siqueira, que atualmente chefia a 6ª Região Militar (Bahia e Sergipe), será o novo comandante da Minustah, em substituição do também general de divisão Urano Bacellar, que foi encontrado morto no sábado passado num hotel da capital do Haiti, Porto Príncipe. Seu corpo deverá chegar ainda hoje no Rio, para ser enterrado quarta. O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, pretende viajar para o Haiti já no próximo sábado e, de lá, ir a Nova York, para contatos na sede da ONU, discutir o papel do Exército brasileiro nas operações no Haiti e falar sobre o general Siqueira, que precisa passar pelo crivo da organização. A escolha de Siqueira foi feita pelo comando do Exército e comunicada ao núcleo de coordenação de paz do Haiti (EUA, França, Canadá, Chile e Argentina, além do Brasil) pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante uma conference call, no meio da tarde de ontem, com representantes desses países. Nessa reunião, a decisão de manter o Brasil no comando das operações foi unânime, segundo informação do Itamaraty. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim aproveitou para obter uma espécie de compromisso dos demais países de que haverá “ajuda material” - ou seja, mais dinheiro - para que o Haiti possa cumprir seu cronograma eleitoral. Membros da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados disseram acreditar que, com a morte do general Urano Bacellar, os 1496 soldados brasileiros que se encontram no Haiti deverão voltar para o Brasil logo após as eleições haitianas. Os parlamentares afirmaram que os militares fazem um bom trabalho, mas acrescentaram que não há condições de permanecerem no país sem que sejam liberados recursos prometidos pela ONU. Para Orlando Fantazzini (PSOL-SP), membro da comissão, o Brasil cumpre seu papel no Haiti, mas o governo estaria sendo enganado, porque investimentos prometidos, principalmente pelos EUA, não estão chegando. “Por um lado é bom, porque o Brasil ganha experiência em missões internacionais. Por outro, é lamentável que o Brasil preste um serviço sujo aos EUA, que não fazem os investimentos prometidos. A morte do general Urano nos força a uma reflexão sobre a manutenção ou não das tropas no Haiti. Assegurada a eleição, é hora de ir para casa”, disse ele. Já o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) afirmou que os soldados brasileiros “não estão indo mal na missão”. Ele também considerou que o Brasil deve deixar o Haiti, mas assinalou que a saída deve ser cuidadosa, para que Porto Príncipe não fique desguarnecida. Gabeira disse acreditar que o general não estava entusiasmado com a missão.

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