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Nº 5759
Nacional

Furnas banca advogado de acusados

| Hudson Corrêa Folhapress Brasília - A estatal Furnas Centrais Elétricas paga um advogado para dar assistência jurídica na CPI dos Correios ao ex-diretor Rodrigo Botelho Campos, filiado ao PT e demitido após o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) apo

Por | Edição do dia 13/01/2006 - Matéria atualizada em 13/01/2006 às 00h00

| Hudson Corrêa Folhapress Brasília - A estatal Furnas Centrais Elétricas paga um advogado para dar assistência jurídica na CPI dos Correios ao ex-diretor Rodrigo Botelho Campos, filiado ao PT e demitido após o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) apontar, em junho de 2005, suposto caixa 2 (no valor mensal de R$ 3 milhões) dentro da empresa. Em depoimento à CPI dos Correios anteontem, Campos foi assessorado pelo advogado Rogério Marcolini, cujo escritório é contratado por Furnas. O ex-diretor negou a acusação de caixa 2. Contou ser filiado ao PT, pelo qual obteve o cargo de diretor de Gestão Corporativa, exercido de janeiro de 2003 a julho de 2005. Campos afirmou ainda ter “sido surpreendido” na fase de formação do governo Lula com o convite para o cargo - que partiu, segundo ele, da então ministra das Minas e Energia, atualmente na Casa Civil, Dilma Rousseff. Marcolini argumenta que dá assistência jurídica a Campos -autorizado por Furnas - só em temas ligados à investigação sobre caixa 2 e corrupção na estatal. “Oriento de acordo com o interesse da instituição. A pessoa não pode servir a Furnas em um período e passar o resto da vida contratando advogado para se defender por assuntos relativos à companhia”, disse Marcolini. Na quarta-feira, a reportagem informou que os Correios pagarão advogados para ao menos 16 funcionários investigados pela CPI. A assessoria da estatal diz que o pagamento é legal. Roberto Jefferson afirmou ter ouvido que havia caixa 2 na estatal também de Dimas Toledo, outro ex-diretor de Furnas, afastado em julho de 2005. “Ele [Toledo] explicou que sobram R$ 3 milhões por mês em Furnas. Desse total, R$ 1 milhão vai para o PT nacional, pelas mãos do Delúbio [Soares, ex-tesoureiro do partido]. Já R$ 1 milhão vai para o PT de Minas, por meio do doutor Rodrigo [Campos]”, afirmou Jefferson à Folha de S.Paulo, em entrevista publicada em 30 de junho. Defendido por Marcolini conforme orientação da estatal, Toledo é servidor de carreira da empresa. Campos não tem mais vínculos com Furnas e pertence ao quadro de funcionários da Cemig, companhia energética de Minas Gerais. “É uma impraticável. Como seria possível sacar R$ 3 milhões na boca do caixa?”, disse Campos à CPI sobre a acusação. Ontem, a reportagem enviou um email a Furnas, por orientação da assessoria de imprensa da estatal, pedindo informações sobre a razão de a empresa pagar um advogado para Campos. Segundo a assessoria, o diretor que poderia falar sobre o assunto estava em reunião. ### Fundos oferecem técnicos à Comissão Conrado Corsalette Folhapress Brasília - Alvos da CPI dos Correios, representantes de fundos de pensão e da Caixa Econômica Federal procuraram o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), para se queixar de vazamento de informações, dar explicações e se colocar à disposição dos parlamentares. A tentativa de “armistício” ocorre a dois meses da conclusão dos trabalhos da CPI, que, segundo Delcídio, terá seu relatório final apresentado no dia 15 de março. Integrantes da Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) foram recebidos pelo presidente e pelo relator da comissão, Osmar Serraglio (PMDB-PR). A entidade colocou à disposição técnicos para auxiliar o trabalho dos parlamentares. Segundo relatório preliminar apresentado pelo sub-relator da CPI, Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), 14 fundos de pensão patrocinados por estatais tiveram perdas de R$ 729 milhões em operações na BM&F entre 2000 e 2005. Ontem, um novo documento foi apresentado aos parlamentares apontando perdas de R$ 75,9 milhões, entre 2000 e 2005, em negociações com títulos públicos. A CPI investiga a relação dessas perdas com o esquema do publicitário Marcos Valério.

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