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Nº 5760
Nacional

CPI das Privatiza��es j� perto do fim

| Fábio Zanini e Ana Cesaltina Folhapress Brasília - Criada na segunda-feira sem aviso prévio, a CPI das Privatizações caminha aparentemente para uma morte prematura, abandonada pela oposição e pelos governistas. Na Câmara, já é comparada a outras CPIs

Por | Edição do dia 18/01/2006 - Matéria atualizada em 18/01/2006 às 00h00

| Fábio Zanini e Ana Cesaltina Folhapress Brasília - Criada na segunda-feira sem aviso prévio, a CPI das Privatizações caminha aparentemente para uma morte prematura, abandonada pela oposição e pelos governistas. Na Câmara, já é comparada a outras CPIs que tiveram fim melancólico, como a do setor elétrico e a do “mensalão”. Ontem, a avaliação predominante entre os líderes partidários era a de que a comissão é inoportuna. Para a oposição, por razões óbvias: destina-se a investigar sobretudo as privatizações da era Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Para o governo, por motivo pragmático: não interessa criar mais um foco de atrito agora que a crise política começa a esfriar, além de haver o risco de ter troco nas CPIs dos Correios e dos Bingos. “A conveniência de iniciar nessa altura do processo uma CPI tão complexa é bastante questionável”, disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). “Nós não temos pressa de instalar essa e nem temos pressa de encerrar as outras”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner. Ele disse que, da perspectiva da articulação política, não participou de nenhuma reunião “nem de estímulo, nem de desestímulo para a instalação da CPI”. Ontem membros da base aliada viviam o dilema de finalmente verem criada uma CPI que há muito reivindicavam, mas no momento errado. “As privatizações dos governos FHC foram escabrosas, mas o momento é inadequado, coincidindo com o processo eleitoral. Não é possível fazer investigação nessas condições”, disse o líder do PSB, Renato Casagrande (ES). A oposição já avisava que o governo daria um tiro no pé se insistisse na comissão. “Será que o governo vai querer mais um fator de instabilidade política?”, disse Custódio Mattos (PSDB-MG). Para o líder do PSDB, Alberto Goldman (SP), o maior interessado em matar a CPI deveria ser o Planalto. “Você acaba criando uma reação negativa nos mercados.” A CPI foi pedida em junho de 2003, pelos deputados fluminenses Vieira Reis e José Divino, ex-peemedebistas que hoje estão no PMR, do vice-presidente José Alencar. Ficou congelada por dois anos e sete meses para ressuscitar ontem, quando abriu uma “vaga” na lista de cinco comissões que podem funcionar simultaneamente na Câmara. Aldo deve esperar até sexta-feira pelas indicações dos líderes para compor a CPI. Promete fazer ele mesmo as nomeações se isso não acontecer. Até o final da tarde de ontem, nenhuma legenda havia designado os membros. A tendência é que as indicações sejam feitas, mas que a CPI morra naturalmente por desinteresse das bancadas. Em resposta às críticas de que criou a CPI sem antes fazer uma articulação política, Aldo ressaltou que disse que não tomou sua decisão por “conveniência”.

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