Massacre de Caraj�s: coronel � condenado a 228 anos de pris�o
Belém O coronel Mário Pantoja, comandante da Polícia Militar durante o confronto de Eldorado do Carajás, em 17 de abril de 1996, que resultou na morte de 19 sem-terra, foi condenado ontem, às 4h10, a 228 anos de prisão em regime fechado (12 anos por cad
Por | Edição do dia 17/05/2002 - Matéria atualizada em 17/05/2002 às 00h00
Belém O coronel Mário Pantoja, comandante da Polícia Militar durante o confronto de Eldorado do Carajás, em 17 de abril de 1996, que resultou na morte de 19 sem-terra, foi condenado ontem, às 4h10, a 228 anos de prisão em regime fechado (12 anos por cada sem-terra morto). Seis dos sete jurados foram favoráveis à prisão do comandante. Os sem-terra morreram no confronto com a PM durante a desobstrução da rodovia PA-150, no Sul do Pará. Outros 69 ficaram feridos. Pantoja poderá recorrer da sentença em liberdade por não possuir antecedentes criminais e ser réu primário. Os advogados do comandante afirmaram que recorrerão contra a decisão. O outro oficial julgado, o capitão Raimundo Almendra Lameira, foi absolvido pelos jurados. Os dois deixaram o plenário em carros da PM e preferiram não dar declarações à imprensa. Nem mesmo os argumentos da defesa dos oficiais conseguiu impedir a condenação. Antes da sentença houve discussões e provocações entre advogados de defesa e os promotores de acusação. O advogado Roberto Lauria atribuiu a culpa da morte dos sem-terra ao governo do Estado do Pará e afirmou que o MST é um movimento criminoso. Por causa da ineficiência investigativa do Estado, os jurados não podem condenar inocentes em nome da impunidade. A grande pergunta é quem matou quem?, disse Lauria. Já os promotores de acusação dos PMs argumentaram que os oficiais poderiam ter evitado o confronto. E eu pergunto aos jurados: a única saída para desocupar a rodovia era matar as pessoas que lá estavam?, questionou o promotor Rui Barbosa. O terceiro oficial no dia do confronto, major José Maria de Oliveira, será julgado sozinho na próxima terça-feira. A segunda sessão de júri foi marcada para o próximo dia 27. Serão julgados 17 policiais militares, sendo 12 sargentos, quatro tenentes e um cabo da polícia. Na terceira sessão, marcada para o dia 10 de junho, serão julgados 129 policiais militares.