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Nº 5759
Nacional

Aprovada cassa��o de Brant e Luizinho

| Silvio Navarro Folhapress Brasília - Em meio a novas denúncias de um “acordão” em curso, para livrar deputados de cassação, o Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem, bastante dividido, pareceres que recomendam a perda de mandato de Roberto Brant (P

Por | Edição do dia 27/01/2006 - Matéria atualizada em 27/01/2006 às 00h00

| Silvio Navarro Folhapress Brasília - Em meio a novas denúncias de um “acordão” em curso, para livrar deputados de cassação, o Conselho de Ética da Câmara aprovou ontem, bastante dividido, pareceres que recomendam a perda de mandato de Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP). As duas votações tiveram placares inéditos, mas a mais polêmica foi a de Brant, que havia sido adiada duas vezes anteontem, após um dos membros do conselho, Pedro Canedo (PP-GO), afirmar estar sob pressão da direção do seu partido para mudar seu voto em favor do pefelista. Remarcada para ontem, a votação terminou empatada em 7 a 7. O voto de desempate, que definiu a cassação, foi dado pelo presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP). Constrangido, ele disse se tratar do “momento mais penoso e difícil” de sua vida pública, mas que optou por acompanhar o relator “pelo trabalho minucioso que foi feito”. A exemplo do dia anterior, a sessão novamente foi tensa, marcada por um bate-boca entre o relator do processo, Nelson Trad (PMDB-MS), e o líder do PFL na Casa, Rodrigo Maia (RJ). A discussão começou porque Trad exigia o direito à réplica após discursos em defesa de Brant. “Vossa excelência que vá mandar na sua bancada, aqui sua voz é pífia”, disse, em resposta a uma intervenção de Maia. “Vossa excelência está extrapolando, não é melhor do que ninguém”, reagiu o líder pefelista. Brant foi o último a falar. Acusado de ser o destinatário de R$ 102 mil do “valerioduto”. Ele admitiu ter recebido o dinheiro, mas como doação não-declarada de campanha. Brant disse “sentir gosto de vitória” no placar apertado e disse estar confiante que “o plenário lhe prestará uma homenagem”. ### Troca de titular feita pelo PSDB revolta parlamentares FOLHAPRESS Brasília - A avaliação dos deputados que defenderam Roberto Brant (PFL-MG) é que o placar ajudará na costura de apoio para reverter a decisão no plenário - como não recorrerá, ele deverá ser o primeiro a ser julgado. “A qualidade dos votos que recebeu o engrandece para ir ao plenário”, disse José Carlos Aleluia (PFL-BA), líder da oposição. Nos corredores, alguns membros do conselho afirmaram que o significativo número de votos pela absolvição de Brant se repetiria com Luizinho nas horas seguintes e sinalizava um “acordão” envolvendo PFL, PT, PSDB e PP para salvar os dois ou no conselho ou no plenário. Dos sete votos a favor de Brant, três foram do PFL, dois do PSDB, um do PP e um do PT. Na seqüência, cinco dos sete deputados que votaram pela absolvição do pefelista repetiram o voto em favor de Luizinho. Outra queixa de parte dos conselheiros foi o fato de o PSDB ter trocado Gustavo Fruet (PR) por Jutahy Magalhães (BA) horas antes da votação. Após votar pela absolvição, Jutahy disse que não pretendia participar de outras votações embora tivesse acabado de ser escolhido para uma cadeira de titular no conselho. “Está mais do que desenhado um acordão para que ninguém mais seja cassado”, disse Orlando Fantazzini (PSOL-SP). “Se tem orelha de coelho, feição de coelho, isso autoriza a pensar que tem lebre na cartola”, disse Chico Alencar (PSOL-RJ). O parecer pela cassação de Luizinho, de autoria de Pedro Canedo, foi aprovado por 9 votos a 5. O petista é acusado de ser beneficiário de R$ 20 mil do esquema de Marcos Valério. O advogado Márcio Silva, que defende Luizinho, disse que recorrerá da decisão à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que retardará o desfecho do processo em algumas semanas. “Confio em cada deputado que irá analisar o processo a partir das provas e não tenho dúvida que serei inocentado [no plenário]. O conselho tem se pautado no conjunto dos casos. Não admito nem nunca vou admitir querer me envolver em algo que não participei”, disse o petista.

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