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Nº 5759
Nacional

Senado � palco de mais um round entre PT e PSDB

| Gilse Guedes Estadão Online Brasília - O clima de guerra continua entre o PSDB e o PT. Ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse no plenário, que “nunca se roubou tanto neste País, essa que é a verdade”, fazendo coro a afirmações

Por | Edição do dia 08/02/2006 - Matéria atualizada em 08/02/2006 às 00h00

| Gilse Guedes Estadão Online Brasília - O clima de guerra continua entre o PSDB e o PT. Ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse no plenário, que “nunca se roubou tanto neste País, essa que é a verdade”, fazendo coro a afirmações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, publicadas na última edição da revista IstoÉ. Ele disse que a “ética do PT é roubar”. A afirmação foi feita em resposta ao líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que, da tribuna, havia desafiado o PSDB a comparar os oito anos do governo Fernando Henrique com os três anos de mandato até agora cumpridos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Digam o que vão fazer diferente dos oito anos! É isso que o povo está esperando”, afirmou Mercadante. Ainda rebatendo as afirmações do líder governista, Virgílio lembrou que Fernando Henrique, em 1998, derrotou Lula “como se derrota uma criança”, e já havia governado o País por quatro anos. O troco do líder do PSDB fez Mercadante voltar à tribuna e a enumerar realizações do governo Lula. Em seguida, o líder governista disse que a história se repete. Segundo ele, o ambiente de ataques ao governo Lula montado pela oposição é o mesmo que a oposição montou aos governos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jango. “Mas hoje o povo sabe disso”, afirmou Mercadante, citando pesquisa de intenção de votos que mostra que Lula tem boa popularidade entre as camadas mais pobres da população. Segundo ele, a população está avaliando melhor o presidente em virtude de diversas ações sociais voltadas para estas camadas. Novamente em resposta, Virgílio ironizou que a reeleição de Lula significaria a volta do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e “do Sílvio Land Rover Pereira” ao governo, referindo-se a um veículo de luxo que o ex-secretário-geral do PT recebeu de um grande empresário. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou ontem que “aparentemente” o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não “atribuiu importância maior” às acusações feitas contra o seu governo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “A decisão de entrar na Justiça não foi debatida com o presidente Lula. Foi uma decisão que tomei sob a ótica do Partido dos Trabalhadores.” Berzoini afirmou que pretende “ir até o fim” com a ação que o PT ingressará ainda nesta semana na justiça contra FHC. “A decisão já está tomada. A assessoria jurídica está elaborando a ação inicial para que nós possamos preservar e resguardar a honra de 800 mil filiados ao PT que foram agredidos pelo ex-presidente Fernando Henrique.” O presidente do PT criticou FHC e citou os escândalos de corrupção da gestão anterior que não foram investigados por determinação dos tucanos. Segundo o presidente do PT, Fernando Henrique não está capacitado a falar sobre a ética no PT. ### FHC diz que PSDB foi à guerra contra PT Soraya Aggege Tatiana Farah O Globo O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que os petistas elegeram o PSDB como inimigo e, assim, os tucanos foram à guerra. Segundo o ex-presidente, a transição do governo foi “madura”, mas o PT declarou seu partido como inimigo e perdeu uma “oportunidade histórica” de fazer um governo de concertação. “Nos definiram como adversários, então fomos à guerra. E, na guerra, fazemos como na guerra”, disse o ex-presidente no início da noite de ontem no Memorial da América Latina, em São Paulo, afirmando que não sabe quem “deu a ordem” para esse rompimento. Em debate sobre democracia na América Latina, Fernando Henrique também criticou a política externa do PT, afirmando que há um “saudosismo” do ex-presidente Ernesto Geisel, principalmente no caso da Alca. “Não se tomam decisões. Volta-se quase a um saudosismo do general Geisel. Há um setor da esquerda que tem saudade do Geisel”. Para Fernando Henrique, o Mercosul está “um tanto desintegrado e o Brasil e a Argentina erraram ao garantir as salvaguardas argentinas”. Ele afirmou ainda que o PT precisa fazer sua política externa sem ideologizá-la. “No Brasil, não sabemos ainda o que somos. Vamos jogar com que roupa? Com a do Conselho de Segurança da ONU? O Brasil e a Índia estão unidos contra quem? Contra os Estados Unidos? Deixe a China saber disso”, disse. O ex-presidente não poupou elogios a seu próprio governo, tanto na política externa quanto na econômica. “Digamos que há uma certa coerência no Brasil. Eles sabem que, com os louros plantados, não podem cortar as árvores”. ### Lula diz que não se rebaixa a FHC Vera Rosa Tânia Monteiro Estadão Online Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em conversas reservadas, que não vai se “rebaixar” para responder aos ataques de seu antecessor no cargo, Fernando Henrique Cardoso. “Eu não tenho que responder. Quem tem de fazer isso é o PT”, disse. Lula perguntou aos auxiliares o que acharam da entrevista de Fernando Henrique ao programa Roda Viva, na noite de segunda-feira. A impressão geral foi de que o ex-presidente suavizou um pouco o tom das críticas ao explicar por que declarou que “a ética do PT é roubar”. O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, disse que, de qualquer forma, Fernando Henrique deveria se resguardar, para preservar a “figura institucional” do ex-presidente. “Lula não vai responder aos ataques para não cair na cilada de Fernando Henrique, que tenta antecipar o debate eleitoral para desviar o foco dos números do nosso governo, melhores que os dele”, afirmou. No diagnóstico de Wagner, Fernando Henrique estava com “cara muito ruim” no Roda Viva. “Os tucanos estão nervosos porque as pesquisas mostram a recuperação do presidente Lula e, além disso, eles não conseguem resolver as divergências internas para definir o seu candidato”, disse. Questionado sobre o fato de Fernando Henrique ter declarado que pedirá “exceção da verdade” na Justiça, apresentando documentos para se defender dos processos movidos pelo PT contra ele, Wagner não escondeu a irritação. “FHC está buscando um escudo, mas a CPI não concluiu seus trabalhos e dificilmente dará sustentação às acusações dele”, reagiu. Para o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o PSDB precisa mostrar suas propostas e parar de torcer contra. “A impressão que dá é que a oposição gostaria que o País parasse um ano antes da eleição”, disse Bernardo.

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