app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Nacional

Ex-assessora do PT confirma caixa 2

| Felipe Recondo Folhapress Brasília - A ex-assessora financeira da campanha do PT à prefeitura de Londrina Soraya Garcia levou à CPI dos Bingos as denúncias já feitas à Polícia Federal de que houve caixa 2 na cidade nas eleições de 2004. Ela afirmou qu

Por | Edição do dia 09/02/2006 - Matéria atualizada em 09/02/2006 às 00h00

| Felipe Recondo Folhapress Brasília - A ex-assessora financeira da campanha do PT à prefeitura de Londrina Soraya Garcia levou à CPI dos Bingos as denúncias já feitas à Polícia Federal de que houve caixa 2 na cidade nas eleições de 2004. Ela afirmou que a campanha custou R$ 6,5 milhões, sendo apenas R$ 1,3 milhão declarado. O restante seria caixa 2. Participariam da arrecadação de recursos irregulares o atual ministro Paulo Bernardo (Planejamento), o ex-deputado José Dirceu e o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, conforme relato da ex-assessora. O ex-deputado e atual ministro do Planejamento seria o “líder” e apontado por ela como responsável, por exemplo, por arrecadar recursos para pagar dois mil cabos eleitorais. De acordo com ela, pessoas ligadas à campanha iam ao gabinete de Bernardo e de seus assessores e buscavam sacos ou envelopes recheados de dinheiro. Gilberto Carvalho seria o principal atuante na busca de recursos oficiais junto a grandes empresas para a campanha. De acordo com ela, sempre que o assessor do presidente Lula era acionado, a campanha recebia doações vultosas. O mesmo valia para Dirceu. Quando ele aparecia na cidade, a organização petista recebia recursos oficiais e extra-oficiais. Apesar das denúncias, Garcia disse nunca ter flagrado algum dos citados interferindo ou levando dinheiro para o comitê de campanha. Mas afirmou que, como assessora financeira da campanha, “sabia muito” do que acontecia. “Eu trabalhei na assessoria financeira de campanha. Eu sabia quem trazia ou não o dinheiro”, afirmou. “Eu acredito que não era para eu saber de tudo que eu sabia”, acrescentou. Soraya Garcia declarou à CPI que a Itaipu Nacional teria doado R$ 400 mil para a campanha do candidato à prefeitura da cidade Nedson Luiz Micheletti. Gleisi Hoffmann, mulher do ministro do Planejamento, é diretora financeira da Itaipu. O depoimento de Soraya Garcia foi interrompido depois que ela começou a chorar. Ela disse que se arrepende de ter participado do suposto esquema de caixa 2, afirmou ter se filiado ao PT por “amor”, disse ter visto a legenda rasgar todas as bandeiras que defendia e não agüentar “mais ver seu povo sofrer”. “Eu amo meu País, sou brasileira. Não se pode mais fazer o que se faz. Não interessa se é PSDB, PMDB, PFL, PT, não interessa. Nosso País não é feito de partidos, é feito de homens”, afirmou. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), disse considerar o choro de Garcia como uma prova de que diz a verdade. O senador Tião Viana (AC), antes que Soraya Garcia começasse a chorar, disse não acreditar na veracidade da versão.

Mais matérias
desta edição