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Nº 5905
Nacional

Endividado, PT festeja sem grandes comemora��es

| ADRIANO CEOLIM Folhapress O PT completou na última sexta 26 anos de fundação, mas, depois de passar pelo escândalo do “mensalão”, a comemoração da data será bem mais simples se comparada a festas realizadas pelo partido em anos anteriores. No lugar de

Por | Edição do dia 12/02/2006 - Matéria atualizada em 12/02/2006 às 00h00

| ADRIANO CEOLIM Folhapress O PT completou na última sexta 26 anos de fundação, mas, depois de passar pelo escândalo do “mensalão”, a comemoração da data será bem mais simples se comparada a festas realizadas pelo partido em anos anteriores. No lugar de atrações como a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, o jantar dançante será animado pela banda brasiliense Casa de Farinha. A festa está marcada para ocorrer amanhã na Associação Atlética Banco do Brasil, em Brasília, e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No evento, o PT vai tentar arrecadar recursos para quitar sua dívida, cujo valor reconhecido é de R$ 55 milhões. Serão cobrados ingressos entre R$ 200 e R$ 5.000. No ano passado, na festa dos 25 anos do partido, Lula foi a grande ausência da festa realizada em Recife (PE). À época, o PT enfrentava constrangimentos por conta do escândalo envolvendo o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz e das críticas da ala esquerdista do partido à política econômica. Neste ano a direção do PT tenta transformar sua festa de aniversário em um “evento de superação”. Isso porque, ao longo do ano passado, a imagem do PT foi manchada. O escândalo do “mensalão” e os seus desdobramentos, como a descoberta do uso de caixa dois em campanhas eleitorais e a cassação do então deputado e ex-ministro José Dirceu (PT-SP), passaram a imagem de que o partido esbanjava dinheiro quando assumiu o poder. “Foi um ano muito difícil para a gente, mas temos de superar”, afirmou o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, que integra a executiva do partido. Ele é o principal organizador da festa dos 26 anos do partido em Brasília. De olho nas eleições A superação do PT é fundamental para a reeleição do presidente Lula. Sobre o assunto, o ministro Antonio Palocci se mostrou contrário à postura de Lula. “O presidente insiste que antes de junho ele não quer saber dessa conversa. Falei com ele na semana passada: ‘Olha, presidente, o senhor tem que olhar a questão da candidatura com naturalidade, organizar isso, até porque muitos ministros vão deixar o governo’. Mas ele disse que não quer falar antes de junho”, revelou durante a viagem a Moscou, onde foi como convidado ao encontro dos ministros das finanças do G8 (os sete países mais ricos do mundo e a Rússia). “Eu acho junho um pouco tarde, mas ele tem esse estilo, que não quer fazer nada antes de junho”, completou o ministro. As informações de que vai deixar o cargo para coordenar a campanha de Lula ou para assumir o ministério das Relações Institucionais foram classificadas pelo ministro como especulação. Palocci disse que continuará na Fazenda “até o final do governo, se o presidente assim quiser”. Em entrevista concedida ao programa Show Business, de João Dória Jr., que vai ao ar hoje, na Rede TV!, o ministro deu a entender que aceitaria a possibilidade de deixar o atual posto para coordenar a possível campanha de Lula. Sobre os recentes ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao PT e ao governo, ao afirmar em entrevista para a revista IstoÉ que “a ética do PT é roubar”, Palocci disse que o “bate-boca faz parte” do processo eleitoral, mas que “Fernando Henrique certamente trouxe um calor especial ao processo eleitoral totalmente desnecessário”, concluiu.

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