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Nº 5759
Nacional

Jovens desviaram R$ 300 mi de contas

| Thiago Reis Folhapress A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de ontem uma operação para prender 55 pessoas de uma quadrilha de hackers que agia em sete Estados furtando senhas bancárias pela Internet. Foram movimentados R$ 300 milhões somente du

Por | Edição do dia 15/02/2006 - Matéria atualizada em 15/02/2006 às 00h00

| Thiago Reis Folhapress A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de ontem uma operação para prender 55 pessoas de uma quadrilha de hackers que agia em sete Estados furtando senhas bancárias pela Internet. Foram movimentados R$ 300 milhões somente durante o ano de 2005, segundo o superintendente da PF na Paraíba, Francisco Leônidas Gomes da Silva. Até o início da noite de ontem, 51 pessoas haviam sido detidas - oito eram menores de idade. A base da quadrilha estava situada em Campina Grande (PB), onde 38 integrantes foram detidos - entre eles, o líder, de 19 anos. Ela agia também em São Paulo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraná. Na operação, a PF apreendeu cinco veículos, computadores, CDs, disquetes e documentos (comprovantes de depósitos e cartões de crédito). As máquinas passarão por uma perícia. Por meio dela, a PF espera encontrar pistas sobre o caminho que o dinheiro tomou, para tentar reavê-lo. A PF ainda não sabe precisar quantas pessoas foram lesadas pela quadrilha. Os mandados de prisão e busca e apreensão (64 no total) foram expedidos pela 6ª Vara Federal de Campina Grande. Os detidos irão responder pelos crimes de formação de quadrilha, furto qualificado e por violação de sigilo e interceptação telemática ilegal. A operação, batizada de Scan, envolveu 330 policiais (300 só da Paraíba). As investigações correm desde maio do ano passado, após denúncias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, de acordo com o delegado Cristiano Barbosa Sampaio, da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos. Segundo a PF, a quadrilha agia da seguinte maneira: enviava aos correntistas spams (mensagens de e-mail geralmente de conteúdo comercial) contendo em anexo um link para um site. Ao clicar, o usuário baixava um programa do tipo executável, que, ao entrar no computador, o infectava - com um vírus conhecido como Cavalo de Tróia. O programa permanecia, então, invisível no computador até que o usuário acessasse a página do banco no qual mantinha conta. O programa copiava dados como números de agências, de contas e de senhas usados pelo correntista e os enviava para a quadrilha. Com essas informações, eram realizadas as transferências dos valores para contas de “laranjas” - ou seja, os que emprestavam os seus documentos para receber o dinheiro furtado. Os intermediários recebiam cerca de R$ 150. A quadrilha se comprometia também a pagar contas de pessoas por quantia menor. Assim, recebia as notas em papel e fazia o depósito por meio de uma conta já clonada. Em 2003 e 2004, a PF realizou as operações Cavalo de Tróia 1 e 2: 103 pessoas foram presas - a maioria no Pará. Os criminosos desviaram R$ 270 milhões em seis bancos.

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