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Nº 5759
Nacional

Falta de consenso incomoda base tucana

| Epaminondas Neto Folhapress A novela tucana sobre a definição do candidato do partido à Presidência da República já começou a incomodar tanto a base como a cúpula tucana. Enquanto a “base” parlamentar pressiona a cúpula por mudanças de “agenda” intern

Por | Edição do dia 22/02/2006 - Matéria atualizada em 22/02/2006 às 00h00

| Epaminondas Neto Folhapress A novela tucana sobre a definição do candidato do partido à Presidência da República já começou a incomodar tanto a base como a cúpula tucana. Enquanto a “base” parlamentar pressiona a cúpula por mudanças de “agenda” interna e “abertura” do processo decisório, a escolha entre o governador Geraldo Alckmin (SP) e o prefeito José Serra (SP) está emperrada. Ontem de manhã, a bancada paulista estadual assumiu a defesa de Alckmin e sinalizou que tem pressa para escolher o nome do candidato do partido. No entanto, esse posicionamento incomodou a bancada federal. “Foi uma posição intempestiva. Tudo bem cada um ter uma posição, mas fora de um certo contexto é adicionar pimenta. Nós já trabalhamos para consertar as brechas e, se não tiver unidade, pode acontecer o que aconteceu com o Serra em 2002, quando ele foi abandonado por muitos. E se não for para ter uma unidade monolítica, é melhor não disputar a eleição”, afirma o deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (SP). Pressionado pela base paulista e pelos excluídos do PSDB - liderados pelo governador Marconi Perillo (GO) -, o presidente nacional do partido recuou e admitiu a possibilidade de realizar prévias para definir o nome do candidato tucano à Presidência. Mas Tasso sinalizou que preferia que a decisão fosse tomada sem prévias. “Como presidente do partido, continuo acreditando que podemos chegar ao entendimento.” Pressão paulista Alckmin manteve sua candidatura e continua sua agenda de pré-candidato do PSDB. Hoje à noite ele se reúne com a bancada federal em Brasília. Hoje, ele participa da inauguração de um restaurante em Sorocaba. Para capitalizar a candidatura de Alckmin, a bancada estadual paulista tem pressa para escolher o nome do PSDB nas eleições. “Nós temos o sentimento de que a agenda interna precisa ser ultrapassada o mais rápido possível”, disse o deputado estadual Ricardo Tripoli, líder do partido na Assembléia. Essa mesma pressão foi demonstrada por integrantes da bancada federal. “Enquanto o PSDB não resolve, Lula fica como candidato único, utilizando seu cargo para fazer campanha, e nós perdemos tempo”, afirma o deputado federal Júlio Semeghini (SP). Situação delicada A cúpula do partido parece ter chegado a um impasse. Apesar da preferência do triunvirato -formado por Jereissati, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo governador de Minas, Aécio Neves - pelo prefeito Serra, a insistência de Alckmin em disputar as eleições cria um impasse no processo de decisão. Como Alckmin não abre de vontade própria caminho para Serra, a cúpula se vê numa situação delicada. Essa situação fez Tasso repetir diversas vezes que não pediu para Alckmin desistir da candidatura. “Em momento algum, não houve qualquer pedido [de desistência], nem passou pela cabeça de ninguém, de longe sequer, de pedir para alguém desistir.” Por outro lado, a bancada paulista responsabiliza a cúpula por essa situação. É que o apoio da bancada estadual foi precipitado pelo jantar da semana passada entre Serra, FHC, Aécio e Tasso. Eles abandonaram uma confraternização partidária para ter um encontro a sós com Serra. E deixaram Alckmin de fora do encontro. “Existe um certo desconforto das bases com esse processo, principalmente depois daquele jantar [entre os dirigentes e Serra]. Eu sinto que aquele episódio provocou até uma manifestação mais forte das bases. Acho que isso deve ocorrer também nos outros Estados”, disse o presidente estadual do PSDB, Sidney Beraldo. O governador paulista voltou a balizar a ação do triunvirato, declarando que a escolha do candidato à Presidência não pode ficar restrita à cúpula do partido.

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