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Nº 5759
Nacional

Oposi��o irrita aliados com prorroga��o

| Fernanda Krakovics Folhapress Brasília - O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse ontem não acreditar na denúncia de que 55 dos 81 integrantes da bancada de seu próprio partido na Câmara tenham recebido “mensalão”. Para

Por | Edição do dia 07/03/2006 - Matéria atualizada em 07/03/2006 às 00h00

| Fernanda Krakovics Folhapress Brasília - O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse ontem não acreditar na denúncia de que 55 dos 81 integrantes da bancada de seu próprio partido na Câmara tenham recebido “mensalão”. Para ele, o caso não deve ser investigada pela comissão. “Eu não acredito que haja 55 [deputados] recebendo, que haja alguém nesse nível de corrupção. Acho um número meio incrível.” Resistência Apesar da resistência do relator, cresceu na comissão um movimento para prorrogar a CPI, por um mês e meio, para investigar as novas acusações e analisar os documentos com a movimentação financeira do publicitário Duda Mendonça no exterior. O prazo final é 15 de abril. As suspeitas sobre peemedebistas foram levantadas por reportagem da revista “Veja” desta semana, que também apontou mais uma suposta fonte de recursos para o caixa dois dos aliados do governo, dessa vez na usina de Itaipu, com uma propina de U$ 6 milhões. A revista também sugere que o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, foi pago para elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-prefeita Marta Suplicy na campanha de 2002. Ratinho negou as denúncias publicadas pela revista. Itaipu Quanto ao suposto desvio de dinheiro de Itaipu, Serraglio alegou que foge à competência da CPI. Ele sugeriu a criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso. Na semana passada, Serraglio disse que apoiaria um movimento para a prorrogação dos trabalhos da comissão para investigar a movimentação financeira de Duda no exterior. De acordo com a “Veja”, o advogado Roberto Bertholdo, que está preso, era o operador do “mensalão” na bancada do PMDB. Ele seria ligado ao deputado José Borba (PMDB-PR), que renunciou depois de ser acusado de participação no esquema de compra de apoio parlamentar pelo governo. A revista cita um ex-assessor de Bertholdo que se mantém no anonimato para afirmar que 55 dos 81 deputados do partido recebiam uma mesada de R$ 15 mil a R$ 200 mil. Até agora 19 deputados de vários partidos foram formalmente acusados de envolvimento no escândalo. ### Relator defende criação de nova CPI | FOLHAPRESS Brasília O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) defendeu ontem a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Correios por mais um mês e meio, assim como o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) havia feito no dia anterior. Para estender o prazo da CPI dos Correios, que é mista, são necessárias assinaturas de 171 deputados e de 81 senadores. Esse também é o número necessário para criar uma nova comissão, medida defendida por Serraglio. “Essa nova CPI investigaria Itaipu e reabriria o “mensalão’, que foi jogado no lixo quando foi tirado da gente”, disse Serraglio, referindo-se à criação da CPI do Mensalão, que acabou sem um relatório final. O PT também é contra a prorrogação dos trabalhos. “Precisamos ter um relatório final e para isso temos que ter clima para votá-lo. Depois de maio não há como, daqui para a frente a disputa política só tende a piorar por causa das eleições”, disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). A sub-relatoria de fundos de pensão da CPI informou que o depoimento de Marcelo Sereno, ex-secretário de Comunicação do PT, foi adiado de hoje para sexta-feira. Ex-assessor da Casa Civil, Sereno é apontado como responsável por indicações na composição das direções de fundos de pensão. A sub-relatoria informou que Sereno não foi encontrado pela Polícia Federal para receber a convocação. Os parlamentares querem detalhar a relação entre Sereno e as corretoras suspeitas de provocarem prejuízos aos fundos de pensão. ### Ex-diretor de fundo acusa Gushiken | Leonardo Souza Folhapress Brasília - O chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), Luiz Gushiken, teria pedido ao ex-presidente do fundo de pensão Nucleos Paulo Figueiredo para que a fundação investisse num consórcio que administra uma estrada privatizada no Rio de Janeiro. A declaração foi dada ontem à CPI dos Correios pelo ex-diretor financeiro do Nucleos Gildásio Amado Filho. É a primeira vez que um ex-dirigente de um fundo de pensão relata um suposto caso de ingerência do ex-ministro Gushiken sobre decisão de investimento. Gushiken e Figueiredo, no entanto, negam que o fato tenha ocorrido. “É totalmente mentirosa a informação prestada pelo ex-diretor de investimentos do Nucleos. Há uma tentativa recorrente de me vincular aos fundos de pensão, em virtude do conflito societário entre grupos privados e os principais fundos do País”, disse Gushiken, referindo-se à disputa entre os fundos Previ, Petros e Funcef e o grupo Opportunity, em torno do controle da Brasil Telecom. Os investimentos a que Gildásio se referiu são aplicações num fundo de participações da CRT, concessionária que administra a estrada que liga o Rio a Teresópolis. Em 2004, o Nucleos (das estatais nucleares) comprou cotas do fundo de participações da CRT. Foram R$ 10 milhões por 100% das cotas, o que desrespeita resolução do Conselho Monetário Nacional, pela qual uma fundação de previdência não pode ter mais de 25% das cotas desse tipo de fundo.

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