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Nº 5759
Nacional

Vegetarianos colocam mais sabor em seus pratos

| Gustavo Leitão JB Online Desde os macrobióticos paz-e-amor dos anos 70, muita coisa mudou no cenário da culinária vegetariana. É só olhar em torno. Nunca os pratos sem carne de qualquer espécie estiveram tão variados, democráticos e saborosos. No glos

Por | Edição do dia 19/03/2006 - Matéria atualizada em 19/03/2006 às 00h00

| Gustavo Leitão JB Online Desde os macrobióticos paz-e-amor dos anos 70, muita coisa mudou no cenário da culinária vegetariana. É só olhar em torno. Nunca os pratos sem carne de qualquer espécie estiveram tão variados, democráticos e saborosos. No glossário do vegetarianismo, ao lado do arroz integral, hoje dividem espaço termos exóticos como tempeh, quinoa e kombu. Quem pensa que são só mais migalha numa dieta inconsistente, surpresa: dá para encher barriga, sim. E ainda esvaziar a culpa. Depois de décadas vista como sinônimo de cozinha sem sabor e que não dá sustança, a culinária vegetariana passou a xodó dos restaurantes. Sejam eles vegetarianos ou não. É o chamariz de um público cada vez mais preocupado com a qualidade do que come. Tanto que até templos carnívoros, como o Joe & Leo’s, hoje ostentam pratos sem vergonha de serem naturebas. No cardápio da casa de sanduíches, há dois hambúrgueres (R$ 21,60, cada) feitos inteiramente de cereais e legumes. “Quando me propuseram, eu achei que não tinha nada a ver com a casa. Mas resolvi encarar o desafio. Hoje, se resolver tirar algum deles vou arrumar encrenca com meus clientes”, conta André Cunha Lima, proprietário da rede. Os dois sanduíches - “nutricionalmente corretos’’, nas palavras do dono - fazem sucesso não só entre os que aboliram as carnes da dieta. Acabaram virando uma alternativa adotada até por seus clientes assíduos, para fugir da mesmice ou dos malefícios da gordura bovina. A mesma receita de saúde aparece em outro restaurante temático, o Hard Rock Café, com seu Veggie Burguer (R$ 20,90) e em casas mais bios, como o café Amazonlife, em Ipanema - que oferece um hambúrguer de soja orgânica com lascas de queijo coalho (R$ 16) - e o Capim Limão, onde a surpresa é um cachorro-quente de salsicha de soja e maionese de tofu (R$ 3). Um lanche pra lá de saudável. Nem só de lanchinhos são feitos os cardápios do gênero. Há pratos com sabor e substância, que ficam a léguas de distância da saladinha-com-broto-de-feijão da dieta das modelos. Como no bobó (R$ 26 o individual e R$ 49 para duas pessoas) do Espírito Santa (2508-7095), restaurante especializado nos sabores amazônicos de Santa Teresa. A chef Natacha Fink transformou o clássico baiano numa versão onde frutas como maçã e banana substituem o camarão. Ou no Refeitório Orgânico, em Botafogo, onde o farto bufê não deixa ninguém sair com fome. Nas bandejas, estão dispostas as mais variadas proteínas de soja, legumes, grãos e até sushi. Sem peixe, é claro. Para o dono, Guilherme Moraes, a diferença dos vegetarianos atuais é que, na cozinha, perdeu-se o medo do tempero.

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