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Nº 5759
Nacional

Tucanos e petistas iniciam rixa em SP

| Epaminondas Neto Folhapress São Paulo - A denúncia sobre suposta irregularidades na distribuição de recursos de publicidade do banco estadual Nossa Caixa gerou uma disputa entre deputados petistas e tucanos na Assembléia Legislativa de São Paulo ontem

Por | Edição do dia 29/03/2006 - Matéria atualizada em 29/03/2006 às 00h00

| Epaminondas Neto Folhapress São Paulo - A denúncia sobre suposta irregularidades na distribuição de recursos de publicidade do banco estadual Nossa Caixa gerou uma disputa entre deputados petistas e tucanos na Assembléia Legislativa de São Paulo ontem. Os petistas tentaram abrir uma CPI para apurar possíveis irregularidades na Nossa Caixa. Mas os tucanos conseguiram evitar a abertura da comissão. O dinheiro da instituição financeira estatal Nossa Caixa Nosso Banco destinado à publicidade teria sido usado em jornais, revistas e programas mantidos ou indicados por Wagner Salustiano (PSDB), “Bispo Gê” (PTB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB). O governador Geraldo Alckmin (SP) informou que houve um erro formal na contratação das agências de publicidade responsáveis pela repartição das verbas, mas que um funcionário já foi punido. O conflito começou na reunião do colégio de líderes da Assembléia Legislativa por volta das 11h. Nessa reunião, o colegiado aprovou a proposta para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) enviasse o resultado das investigações sobre a Nossa Caixa para a Comissão de Finanças e Orçamento antes de avaliar a possibilidade de pedir a abertura de uma CPI sobre o caso. O PT foi voto vencido. Os petistas voltaram ao assunto na reunião da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa poucas horas mais tarde. Na reunião, o deputado Renato Simões apresentou dois requerimentos: o primeiro pede a convocação de uma lista de pessoas envolvidas no caso, entre elas o atual e o anterior presidente da Nossa Caixa, além de funcionários e ex-funcionários do banco, para prestar esclarecimentos para a comissão. O segundo requerimento pede uma auditoria especial do TCE no banco. O deputado tucano Vanderlei Macris pediu vistas do primeiro requerimento e não houve quórum para a votação do segundo. A Comissão deve se reunir em caráter extraordinário na sexta-feira para apreciar os dois requerimentos. “Eu fui informado que o governo já tomou providências para investigar o caso, que o próprio governo já apurou. Como eu tinha essa visão, pedi vistas para averiguar o assunto e buscar mais dados. Amanhã, eu vou falar com o líder do governo e pedir essas informações para tomar posição. Agora, o que não pode acontecer é fazer disso um palanque político”, disse o deputado Vanderlei Macris. Na sexta-feira, os petistas afirmam que devem batalhar pela aprovação dos requerimentos na Comissão de Finanças, que têm nove membros. “Na sexta, nós vamos tentar um acordo sobre os requerimentos. O PMDB e o PFL (que têm três membros na comissão) podem votar a favor”, disse o deputado Simões, do PT. “Casquinha” O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse ontem que seus adversários estão tentando “tirar uma casquinha” e “tirar proveito político” das denúncias de favorecimento de deputados estaduais aliados na distribuição de verbas de publicidade da Nossa Caixa. “O pessoal fica querendo tirar uma casquinha, tirar proveito político [da situação], mas não tenho medo de cara feia”, disse. Alckmin disse considerar um gesto “generoso” o pedido de demissão aceito pelo governador do assessor especial de Comunicação do governo do Estado, Roger Ferreira, que era quem determinava quais meios de comunicação receberiam cotas de publicidade do banco estatal. “A demissão ocorreu para evitar constrangimento.” O governador se referiu ao ex-assessor como “uma pessoa correta, séria e direita”. Questionado se a denúncia poderia ter reflexos negativos em sua campanha, Alckmin disse que em período eleitoral “isso é normal” e que não teme o surgimento de novas denúncias. “Estou tranqüilo, vou em frente”, disse. Alckmin voltou a afirmar que não há ilegalidade e ingerência política na distribuição de verbas. “Não há nada disso. A distribuição de verbas publicitárias obedece a critérios técnicos.” Ele disse ainda que o governo foi “transparente” nas investigações. “Nós que pedimos a investigação. A Nossa Caixa abriu uma sindicância, um diretor [ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior] foi demitido por justa causa e encaminhamos o relatórios para o Ministério Público e Tribunal de Contas. Mais transparência, impossível”, disse.

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