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Nº 5900
Nacional

S� 53% da Amaz�nia est� intacta

| Herton Escobar Estadão Online Um dos mapas mais detalhados já produzidos sobre o estado de conservação da Amazônia mostra que 47% da floresta já foi desmatada, ocupada ou alterada pelo homem. O estudo, coordenado pelo Instituto do Homem e Meio Ambient

Por | Edição do dia 02/04/2006 - Matéria atualizada em 02/04/2006 às 00h00

| Herton Escobar Estadão Online Um dos mapas mais detalhados já produzidos sobre o estado de conservação da Amazônia mostra que 47% da floresta já foi desmatada, ocupada ou alterada pelo homem. O estudo, coordenado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), vai além das imagens de satélite usadas para os cálculos anuais de desmatamento, que mostram apenas a diferença entre áreas desmatadas (17%) e não desmatadas (83%). “Temos de sair dessa dicotomia; o quadro real da Amazônia é muito mais complexo”, disse ao Estado o pesquisador Adalberto Veríssimo. “Além dos 17% desmatados, há, no mínimo, mais 30% da floresta pressionada.” Apenas 53% dela permanece verdadeiramente intacta. O estudo combina imagens de satélite ao mapeamento de indicadores de impacto ambiental, como áreas urbanas, agropecuária, assentamentos, mineração e áreas de fogo recorrente. “A floresta ‘intacta’ vista do espaço é apenas uma camuflagem”, diz Veríssimo. “Por baixo da copa das árvores, muita coisa está acontecendo.” Dois indicadores de pressão ainda ficaram de fora: estradas ilegais e extração seletiva de madeira - ou seja, o corte de espécies selecionadas de alto valor, sem a remoção completa da floresta. Ambos são muito difíceis de serem detectados por imagens de satélite, mas deverão ser incluídos na próxima edição do relatório, em 2007. “A tendência é que essa estimativa de 47% aumente.” Os pesquisadores esperam que as informações sejam usadas na elaboração de políticas públicas, identificando áreas onde a pressão humana ameaça a sobrevivência da floresta. “No final, é um mapa de vulnerabilidade”, afirma Paulo Barreto, primeiro autor do estudo. “Os números do desmatamento divulgados ano a ano são importantes, mas precisamos de ferramentas preditivas, para bloquear o processo antes.” O estudo mostra que quase metade (48%) das áreas consideradas prioritárias para conservação da biodiversidade - e, portanto, para a criação de unidades de conservação - já está sob alguma forma de pressão. Os impactos mais significativos ocorrem ao longo de estradas e no entorno de áreas urbanas. Cerca de 80% da área total desmatada está a menos de 30 quilômetros de uma estrada oficial. O relatório, divulgado na 8ª Conferência das Partes (COP 8) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, em Curitiba, foi feito em parceria com o Instituto de Recursos Mundiais (WRI), de Washington.

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