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Nº 5759
Nacional

Okamotto nega ter pago contas de Lula

| FELIPE RECONDO Folha Online Brasília - O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, tentou manter o silêncio na sessão de ontem da CPI dos Bingos. Ele foi indagado sobre o pagamento de um empréstimo de R$ 29,4 mil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva co

Por | Edição do dia 05/04/2006 - Matéria atualizada em 05/04/2006 às 00h00

| FELIPE RECONDO Folha Online Brasília - O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, tentou manter o silêncio na sessão de ontem da CPI dos Bingos. Ele foi indagado sobre o pagamento de um empréstimo de R$ 29,4 mil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ao PT e de uma dívida de R$ 26 mil da filha de Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva. Diante da insistência dos oposicionistas e da acusação do ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau, Okamotto negou que cuidava das contas pessoais do presidente ou de outras pessoas. Mas ele se negou a abrir seus sigilos bancário e fiscal, protegidos por liminar do STF (Supremo Tribunal Federal). “Nós temos direitos individuais que a Constituição garante. Se tiver alguma acusação grave contra mim, estou disposto sim [a abrir seus sigilos]”, disse. “Eu nego que seja pagador dessas contas.” O presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (PFL-PB), afirmou que as declarações prestadas à comissão parlamentar serão usadas para reforçar o pedido de quebra de sigilo do presidente do Sebrae. Se a nova tentativa não tiver resultado, o caso será levado ao Ministério Público. Contradições Paulo de Tarso Venceslau e Paulo Okamotto mantiveram na acareação de ontem as declarações prestadas em depoimento prestado separadamente à CPI dos Bingos. Venceslau acusou Okamotto de ser tesoureiro informal do PT, de pedir lista de fornecedores das prefeituras do PT para captar recursos a empresários e de ser responsável por sua demissão da prefeitura de São José dos Campos. “Ninguém tinha delegação para fazer o que ele fazia em São José dos Campos”, afirmou. Okamotto negou as acusações e classificou como mentirosas as declarações de Venceslau. “Vamos tentar separar as verdades, as invenções e as mentiras”, afirmou. “Eu não tinha motivo para pedir a sua demissão senhor Paulo de Tarso”, continuou. “Eu nunca pedi lista de fornecedores para ninguém”, concluiu. ONG O ex-petista Paulo de Tarso Venceslau também acusou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter montado no início dos anos 90 do século passado uma empresa na área de comunicação - a TVT (Televisão do Trabalhador) - em sociedade com os ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, os ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Para muitos senadores da CPI dos Bingos, que participavam da acareação entre Venceslau e Okamotto, foi uma surpresa. Afinal, a revelação mostrava uma ligação societária de Lula com boa parte da turma do mensalão. Mas a animação durou pouco tempo. Okamotto rebateu Venceslau e disse que não se tratava de uma empresa, mas de uma organização não-governamental sem fins lucrativos. Imediatamente, ao perceber que o presidente Lula estava sendo posto ao lado de companhia tão ruim, o senador Flávio Arns (PT-PR), que integra a tropa de choque do governo na CPI dos Bingos, invocou o Código Civil e a Receita Federal para fazer a distinção entre empresa e organização não-governamental. “Não era uma sociedade. Eram todos eles fundadores de uma ONG. Isso é claro e está regulamentado pelo Código Civil”, disse Arns. Mesmo assim, Venceslau afirmou que a TVT fazia contratos sem licitação com as prefeituras dirigidas por petistas para a produção de peças de publicidade. Mudanças A deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), que há 15 dias mostrou os passos da dança da pizza e abriu um largo sorriso no plenário da Câmara logo depois da absolvição do deputado João Magno (PT-SP), já chorou no passado. Em prantos, e alegando que tinha recebido ordens da cúpula do PT, ela demitiu em setembro de 1993 seu então secretário de Finanças Paulo de Tarso Venceslau. A história foi contada pelo próprio Venceslau, ontem, durante a acareação com o presidente do Sebrae na CPI dos Bingos. “Quando eu fui demitido, a doutora Ângela chorou. Quando a Câmara absolveu um cidadão que confessou ter pego mais de R$ 400 mil do valerioduto, ela dançou e sorriu”, disse Venceslau. “Ela, como o PT, também mudou”.

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