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Pol�cia procura corpo do rep�rter da Globo morto em favela do Rio

Rio Cerca de 40 policiais civis procuram pelo corpo do jornalista Tim Lopes, 51, na favela da Grota, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio. O corpo estaria enterrado em um cemitério clandestino ao lado de uma gruta conhecida como microondas. O nome é uma alusão ao forno de microondas, porque as vítimas são colocadas em pneus e queimadas. A informação de que o corpo do jornalista estaria nesse local foi passada por Fernando Satiro da Silva, 25, o Frei, e Reinaldo do Amaral de Jesus, 25, o Cadê, presos ontem. Eles pertencem à quadrilha do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, líder da facção CV (Comando Vermelho). Segundo a polícia, Elias Maluco matou o jornalista com uma espada do tipo ninja. Lopes desapareceu há nove dias, quando fazia reportagem sobre baile funk e venda de drogas na favela Vila Cruzeiro, na Penha, que faz parte do Complexo do Alemão. Após obter as informações, a polícia passou a achar que é de outra pessoa os restos de um corpo encontrado há sete dias, na Vila Cruzeiro. A vítima seria de um estuprador morto pelos traficantes no mesmo dia do desaparecimento de Lopes. O material foi encaminhado para análise de DNA e o resultado deverá sair dentro de duas semanas. O delegado-titular da 38ª DP (Brás de Pina), Reginaldo Guilherme, disse que Lopes estava no baile funk na Vila Cruzeiro quando foi abordado por um segurança do tráfico e levado até Maurício Martins, o Boi, do CV. Lopes foi reconhecido, pois já havia estado lá outras vezes. Eles encontraram a microcâmera que o jornalista escondia na pochete, afirmou o delegado. Boi teria ligado para Elias Maluco. O chefe do CV teria ordenado que Lopes fosse levado para a favela da Grota. De acordo com o relato, o jornalista teve as mãos amarradas para trás e foi levado de carro para o topo da favela, onde levou um tiro no pé, para não fugir.