Nacional
Procurador vai requisitar ao STF inqu�rito contra presidente do PT

Brasília O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, afirmou ontem que vai requisitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito criminal contra o presidente nacional do PT, José Dirceu (SP), se for confirmado o teor das afirmações do médico João Francisco Daniel, irmão do então prefeito petista de Santo André Celso Daniel, assassinado no início do ano. João Francisco, que, segundo seu depoimento, procurou voluntariamente o Ministério Público de São Paulo, denunciou um suposto esquema de extorsão de dinheiro de empresários de Santo André com o objetivo de financiar campanhas políticas do PT. Segundo o médico, o dinheiro coletado era encaminhado a José Dirceu, que nega. A arrecadação teria sido interrompida após a morte de Celso Daniel. Essa matéria não pode ficar sem esclarecimento. Em uma análise preliminar, Brindeiro afirmou que pode estar configurada a prática de corrupção ativa, peculato ou crime eleitoral (caixa-dois) por parte de José Dirceu. O procurador-geral espera receber no início da próxima semana - provavelmente na segunda ou terça-feira - do procurador-geral da Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, toda a documentação da investigação já realizada pelos promotores. Com a notícia dos jornais, eu cobrei dele (Marrey). Ele virá pessoalmente a Brasília, acrescentou. Brindeiro informou que vai verificar se o depoimento de João Francisco foi obtido de forma regular, em inquérito policial, para usá-lo como base no pedido de inquérito ao STF. Ele disse ainda que, em princípio, o depoimento será suficiente para que ele tome essa iniciativa, ou seja, Brindeiro não irá buscar previamente provas que sustentem as acusações de João Francisco. Se o depoimento foi feito em inquérito, é suficiente para requisitar a investigação do STF. São indícios, disse. Pedido de prisão O juiz Iasin Issa Ahmed, titular da 1ª Vara Criminal de Santo André, indeferiu ontem pedido de prisão preventiva contra o secretário municipal de Serviços, Klinger Luiz de Oliveira Souza; o empresário Sérgio Gomes da Silva e outros quatro acusados de envolvimento em suposto esquema de corrupção na prefeitura da cidade, sob administração do PT. A prisão havia sido requerida pelo Ministério Público Estadual, que denunciou formalmente os acusados por crimes de concussão (extorsão praticada por servidor) e formação de quadrilha. Frustrados com a decisão judicial, os promotores que investigam a ação de uma quadrilha organizada e estável garantem que vão recorrer da decisão no Tribunal de Justiça. Temo pela segurança das vítimas e testemunhas, alertou o promotor Roberto Wider Filho.