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Justiça torna réus 6 acusados pela morte de delator do PCC

Vara de Guarulhos aceitou denúncia do MP contra 3 PMs, que já estão presos, e outras três pessoas, foragidas

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Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos | Foto: Reprodução

A Justiça aceitou nesta segunda-feira (17) a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou réus seis acusados de participarem do assassinato a tiros de Vinicius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), em 2024, na Grande São Paulo.

Além do homicídio de Gritzbach, três policiais militares e outros três homens se tornaram réus pelo assassinato de um motorista de aplicativo, vítima de bala perdida, e por duas tentativas de homicídio contra duas pessoas feridas por estilhaços dos disparos.

A Vara do Júri de Guarulhos também concordou com o pedido do MP para converter os mandados de prisões temporárias deles em preventivas (sem prazo para terminar).

O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo tornou-os réus por homicídio qualificado, destacando a "gravidade do delito" e a "necessidade de resguardar a ordem pública" como fatores que reforçam a necessidade de mantê-los presos.

Os crimes foram cometidos em 8 de novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana. Câmeras de segurança gravaram a ação dos bandidos no maior aeroporto do país.

'Olheiro' e 2 mandantes

Kauê Amaral, apontado como "olheiro" do grupo, se tornou réu acusado de dar informações para os atiradores e monitorar os passos de Gritzbach no aeroporto até que fosse executado. Emílio Gongorra, o "Cigarreira", e Diego Amaral, o "Didi", são réus por serem considerados os mandantes do assassinato do delator do PCC.

Eles respondem como co-autores dos homicídios e tentativas. Esses três estão foragidos e são procurados pelas autoridades.

Motivo da execução

Segundo o Ministério Público, que ofereceu a denúncia contra os acusados, e a Polícia Civil, que os investigou, Gritzbach foi morto por vingança. Ele era empresário ligado ao ramo imobiliário e lavava dinheiro para o Primeiro Comando da Capital. O processo do caso tem mais de 5 mil páginas.

De acordo com o MP e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), "Cigarreira" mandou matar o desafeto Gritzbach para vingar Anselmo Santa Fausta, o "Cara Preta", traficante assassinado numa emboscada em 2021. Além dele, o seu motorista, Antonio Corona Neto, o "Sem Sangue", morreu no ataque. O empresário era suspeito de mandar matar "Cara Preta" e "Sem Sangue".

A morte dos amigos, um suposto desfalque financeiro na facção e a delação de Gritzbach, em que ele aponta ligações entre agentes do estado e criminosos do PCC, levaram "Cigarreira" a arquitetar a execução, segundo a investigação.

Gritzbach entregou esquemas criminosos do PCC e depois denunciou policiais por corrupção em depoimentos ao Ministério Público. Ele respondia a processo judicial acusado de lavar dinheiro da facção por meio da compra e venda de imóveis e postos de combustíveis.

Em troca da delação, o MP pediria à Justiça para Grtizbach não ser condenado por associação criminosa. Responderia somente pela corrupção.

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