Meio ambiente
Fundo Amazônia tem recorde com R$ 1 bi de projetos aprovados
Volume de repasses supera resultados anuais desde a criação do fundo, em 2009


O Fundo Amazônia, iniciativa que tem o objetivo de viabilizar o apoio nacional e internacional a projetos para a conservação e uso sustentável das florestas, registrou um volume recorde de repasses no primeiro semestre de 2025.
Ao todo, foram aprovados aportes que somam R$ 1,19 bilhão no período, volume que supera o total registrado anualmente, desde a criação do fundo, em 2009.
Até então, o melhor desempenho havia sido o do ano passado, quando as aprovações somaram R$ 947 milhões, em valores já corrigidos pela inflação. Em 2023, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é o gestor do fundo, aprovou R$ 584 milhões em apoios, após quatro anos de paralisação no governo Bolsonaro (PL).
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (16), em Brasília, pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. O evento teve participação da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello e do secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, além de representantes de outros oito ministérios, dos nove estados da Amazônia Legal e entidades da sociedade civil que compõem o comitê orientador e de doadores do fundo.
Após um período de paralisação, de 2019 a 2022, o fundo voltou a operar e acumula R$ 5,6 bilhões aprovados em projetos até junho de 2025, dos quais R$ 2,7 bilhões foram efetivamente desembolsados.
De 2023 a 2025, o fundo recebeu novos aportes de diversos países e entidades multilaterais. A Noruega, que é o maior doador, repassou R$ 349 milhões, enquanto Reino Unido injetou R$ 255 milhões e a União Europeia, R$ 121 milhões. Países como Dinamarca, Japão, Suíça, Estados Unidos e Alemanha também estão entre os doadores.
Em março, a Irlanda anunciou sua primeira doação, de 15 milhões de euros, o equivalente a R$ 91 milhões.
O valor total de novas doações anunciadas chega a R$ 1,5 bilhão, dos quais R$ 1,1 bilhão já internalizados no Brasil. Ao todo, 133 projetos foram aprovados para receber recursos. Os projetos se concentram em unidades de conservação, terras indígenas, quilombolas e assentamentos.
Um dos maiores projetos aprovados recentemente, com repasse de R$ 825,7 milhões, é voltado à modernização da fiscalização ambiental do Ibama, com o objetivo de reduzir o desmatamento ilegal com uso intensivo de tecnologia e reforço logístico.
O BNDES, como gestor do fundo, firma contratos de apoio financeiro não reembolsável com base nos critérios do comitê orientador. As doações são feitas por países e organizações multilaterais e não geram obrigações financeiras para os beneficiários brasileiros, apenas obrigações de prestação de contas e resultados mensuráveis.