Nacional
Caixinha confirmada

Documentos da Expresso Nova Santo André revelam, segundo a família Gabrilli, que os valores destinados ao pagamento da suposta propina e a concessão para utilizar as linhas de ônibus da cidade eram relacionados separadamente na contabilidade da empresa, criada em julho de 1997. Nos documentos apresentados pelos Gabrilli, ex-sócios da Nova Santo André, o dinheiro destinado à caixinha é qualificado como despesas administrativas e o pagamento da concessão à Prefeitura de Santo André aparece como parcela onerosa EPT (Empresa Pública de Transporte) da cidade. A outorga (direito de utilizar as linhas, mediante pagamento de taxas à prefeitura) custou aos sócios R$ 7 milhões, divididos em uma parcela à vista de R$ 4,2 milhões, outra de R$ 500 mil e mais 23 prestações mensais de R$ 100 mil. Em depoimento à CPI municipal, o empresário Ronan Maria Pinto, sócio da Nova Santo André e acusado pela Promotoria de ser um dos mentores de um suposto esquema de propina, disse que os R$ 100 mil mensais que seu ex-sócio João Antônio Setti Braga afirmou que ele próprio pagava como uma espécie de custo político eram, na verdade, as parcelas do contrato de concessão.