loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 25/07/2025 | Ano | Nº 6018
Maceió, AL
28° Tempo
Home > Nacional

EDUCAÇÃO

Falta de verba faz MEC adotar 'compra escalonada' de livros

Foco será em edições de português e matemática; decisão deve afetar alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp
Imagem ilustrativa da imagem Falta de verba faz MEC adotar 'compra escalonada' de livros
| Foto: RICARDO WOLFFENBÜTTEL

Os alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental da rede pública só deverão receber livros novos de português e matemática no início do ano letivo de 2026. O motivo é a falta de verba do Ministério da Educação (MEC) para a compra de materiais didáticos.

Os demais alunos da educação básica (ensinos fundamental e médio) também devem ser afetados com atraso na entrega dos materiais. Nos anos finais do ensino fundamental, estudantes podem receber com atraso a reposição dos livros.

Já os livros de alunos e professores de ensino médio — que precisam ser reformulados para seguir as diretrizes do novo ensino médio — deverão ser comprados em duas partes, o que também pode gerar demora na entrega.

O alerta foi feito pela Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), que foi avisada pelo MEC sobre a compra parcial dos livros necessários para 2026.

COMPRA ESCALONADA

Procurado pelo g1, o MEC se pronunciou por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ente responsável pela compra, distribuição, remanejamento e logística dos materiais e livros didáticos da rede pública por meio do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).

O FNDE disse em nota que é um “cenário orçamentário desafiador”, e que foi traçada uma estratégia de compra escalonada começando por Língua Portuguesa e Matemática, mas a compra dos livros das demais áreas deve ser feita posteriormente.

A nota diz ainda que o material da EJA está garantido, e que “estratégias para o Ensino Médio serão definidas na sequência.”

POUCA VERBA

A Abrelivros defende que a quantidade de livros encomendada não atende às necessidades das redes. Para o ensino fundamental, foram pedidos 26 milhões de livros de apenas duas disciplinas: português e matemática.

Para ensino médio, a entidade prevê que serão necessários cerca de 80 milhões de livros. O pedido ainda não foi feito, mas pela falta de verba, deve ser dividido em duas tiragens: 60% para ser entregue no começo do ano letivo de 2026, e 40% para ser entregue após o início das aulas, provavelmente em maio ou junho.

A Abrelivros também declarou que o orçamento aprovado para a compra dos materiais didáticos é de cerca de R$ 2 bilhões. Para atender toda a demanda de livros para as etapas regulares, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Programas Literários, seria necessário, pelo menos, mais R$ 1 bilhão.

"Já vivemos situações de crises orçamentárias, falta de recursos temporários, mas deixar de comprar livros é a primeira vez, e é justamente isso que nos preocupa, porque este é o único programa de compra de material didático para as escolas públicas", explica Ângelo Xavier, presidente da Abrelivros.

Relacionadas